Muito mais meninos do que meninas são diagnosticados no espectro do autismo, dizem as estatísticas. Mais precisamente, 1 a cada 34 meninos são diagnosticados com autismo, enquanto 1 a cada 144 meninas estão dentro do espectro, segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC)*, colocando uma proporção de aproximadamente 4 meninos para cada menina com autismo.

O motivo para essa diferença costuma apontar para diferenças genéticas. Mas esse preceito tem mudado nos últimos anos à medida que pesquisadores e médicos têm percebido que muitas garotas autistas consideradas de “melhor funcionamento” simplesmente não foram percebidas.

Pesquisas indicam que gerações inteiras de garotas podem ter sido diagnosticadas muito tardiamente ou mesmo esquecidas, muito por não se enquadrarem nos estereótipos, terem seus sintomas mal interpretados ou mesmo por poderem ser melhores em esconder os sinais quando jovens. Isso que significa uma enorme taxa de sub-notificação envolvendo o diagnóstico de meninas dentro do espectro do autismo.

O autismo é um transtorno do desenvolvimento que é caracterizado por dois tipos incomuns de comportamento: déficits de comunicação e habilidades sociais e comportamentos restritos ou repetitivos. Crianças com autismo também costumam ter problemas de processamento sensorial.

O problema é que os parâmetros usados para o diagnóstico clássico de autismo são basicamente voltados para os meninos. Isso não quer dizer que as meninas não possam se enquadrar nesses parâmetros de diagnóstico, mas como seus comportamentos restritos ou repetitivos são muitas vezes mais “suaves” ou se mostram de maneira diferente dos meninos, o diagnóstico pode passar batido.

É comum, por exemplo, que meninas dentro do espectro tenham um desempenho escolar que os meninos. Como muitas das vezes o autismo é diagnosticado nos primeiros anos escolares, os sinais acabam não ficando tão claros.

De acordo com um estudo de 2005 da Universidade de Stanford, as meninas autistas exibem um comportamento menos repetitivo e restrito do que os meninos. O estudo também descobriu que diferenças cerebrais entre meninos e meninas autistas ajudam a explicar essa discrepância.

Segundo a pesquisa, as meninas têm maior probabilidade de controlar seu comportamento em público, então os professores não percebem as diferenças.

Além disso, há outra razão para as meninas autistas serem mal diagnosticadas ou diagnosticadas mais tarde que os meninos. Meninas que lutam com autismo não diagnosticado frequentemente desenvolvem depressão , ansiedade ou baixa auto-estima, e os médicos podem não ir a fundo para entender a disfunção social causada pelo autismo. Pior, não são raros os casos de garotas que são diagnosticadas com outros transtornos mentais, como o transtorno bipolar.

Por isso, é importante que os pais de meninas também estejam atentos aos sinais. Neste post falamos sobre quais os principais sinais do autismo.

Fontes: https://childmind.org/article/autistic-girls-overlooked-undiagnosed-autism/
https://www.autismspeaks.org/autism-statistics

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