A palavra é difícil, e seu conceito é um pouco complexo. A psicomotricidade é o termo empregado para uma concepção de movimento organizado e integrado, em função das experiências vividas pelo sujeito cuja ação é resultante de sua individualidade, sua linguagem e sua socialização. Basicamente, é a uma forma que uma pessoa tem de se expressar, se perceber e se sentir no mundo através dos movimentos do nosso corpo.
E por que isso é importante? Bem, lembre-se que muitos indivíduos com autismo encontram grandes dificuldades com a coordenações motoras fina e grossa, o que influencia seu reconhecimento corporal, a noção de espaço, por exemplo. Por isso, muitas vezes é necessário melhorar os movimentos do corpo e as relações com todas as dificuldades listadas acima.
“A psicomotricidade é a ferramenta perfeita para compreender isso, pois integra funções cognitivas sociais, simbólicas, de lateralidade (saber o que é esquerda e direita), psíquicas, emocionais e corporais e explica como a junção de tudo isso reflete no movimento da criança”, diz a Terapeuta Ocupacional da Casulo, Júlia Castro.
Além disso, a psicomotricidade também contribui com a socialização. Afinal, é através do nosso corpo que comunicamos nossos sentimentos, com gestos e expressões corporais. Então é importante que a pessoa, no caso a criança, se entenda e se perceba para poder se comunicar da melhor forma possível com o outro, o mundo e o ambiente.
Além de poder entender também o que o outro quer dizer com as suas expressões corporais. Pense no quão importante é para uma criança identificar sinais de incômodo, hostilidade, tristeza ou agressividade. É ou não, um tipo de conhecimento corporal interessante para o convívio social?
Arte, brincadeira e psicomotricidade
A melhor maneira de interagir com as crianças e trabalhar a psicomotricidade é através das brincadeiras. A terapeuta ocupacional utiliza o momento de diversão das crianças para observar o funcionamento emocional e motor da criança, utilizando de brincadeiras e jogos para corrigir alguma alteração nos movimentos.
Atividades artísticas são uma ótima ferramenta para isso. Um exemplo é o circo, que trabalha diversas formas de expressão corporal, utilizando do equilíbrio, da velocidade, flexibilidade e concentração de uma forma muito lúdica e divertida.
De acordo com Matheus Rocha, professor de Circo da Casulo, as aulas de artes circenses têm por objetivo trabalhar tanto as questões sociais envolvidas no momento compartilhado quando as habilidades motoras dos alunos.
“Em conjunto com o trabalho individualizado na terapia ocupacional e o atendimento dos terapeutas, o circo uma ferramenta poderosa de socialização e estímulos necessários para o desenvolvimento físico e motor”, explica o professor.
A terapeuta Júlia completa: “É um trabalho muito holístico, porque cada criança tem uma forma de se expressar corporalmente, de se movimentar, de responder com o corpo aos ambientes internos e externos”.
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