O ano de 2021 passou voando! Foram muitos obstáculos para serem superados devido à pandemia até o início da vacinação, que iniciou o nosso retorno à normalidade. Mas também foi um ano de muito aprendizado e também de boas notícias.

Para lembrar tudo o que ocorreu na Casulo Comportamento e Saúde em 2021, nós fizemos uma breve retrospectiva das principais atividades do ano. Veja abaixo!

Janeiro

Iniciamos 2021 ainda sob os efeitos da pandemia. Em janeiro, as primeiras vacinas contra Covid-19 já começavam a ser administradas em países da Europa e América do Norte.

Por isso, lembramos que não existe vacina que cause autismo. Uma questão que não deveria sequer ser discutida (mas que infelizmente ainda perdura em alguns debates irresponsáveis na internet). 

Naquele mês também demos destaque à uma importante decisão que tornou mais fácil o uso do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) para o custeio de tratamento do autismo. A decisão com certeza vai ajudar muitas famílias a custear o acompanhamento nas terapias necessárias. 

Também aproveitamos para indicar uma série muito legal, que provavelmente todos os pais e mães de crianças autistas já devem ter visto: Atypical, da Netflix. Você já assistiu?

Fevereiro

Em fevereiro lembramos aos pais sobre a importância de elogiar as suas crianças, neuroatípicas ou neurotípicas. Todas as crianças se beneficiam quando um elogio é feito na hora certa e da forma correta. Além de ser um ótimo reforçador, também melhora a autoestima e fortalece os laços com os pais.

No último fim de semana do mês, ocorreu uma baita live com cinco Board Certified Behavior Analysts (BCBA) — Liliane Rocha, Ana Arantes, Valeria Parejo, Juliana Gama Dadalto e Amanda Bueno. Elas debateram as várias formas que a Terapia ABA se apresentam no Brasil em um vídeo muito esclarecedor e essencial para todos os profissionais inseridos nessa área de atuação, mas também para pais e cuidadores de crianças que precisam da Terapia ABA.

Março

Já no início de março realizamos a nossa aula inaugural do Treino de Qualificação para a Certificação QASP-S. Esse treino, organizado em conjunto com a John John Desenvolvimento e a Steps Terapia teve como objetivo treinar nossos analistas do comportamento para conseguir essa importante certificação internacional. 

Ainda em março, a Diretora Clínica da Casulo Comportamento e Saúde Mylena Lima esteve em uma live com as BCBA e QBAs Ana Arantes, Juliana Gama, Liliane Aguiar-Rocha, Marla Nascimento, Daniela Landim, Celi Isabel e Valéria Parejo, celebrando o Dia Mundial da Análise do Comportamento. Foi lindo!

A dra Mylena Lima também participou do podcast Cafezinho e Comportamento ao lado da Ana Arantes, conversando sobre a importância da certificação de profissionais para garantir tratamento de qualidade baseado em evidências. Ouça aqui o episódio!

Abril 

Abril é o mês da conscientização do autismo. Por isso, fizemos questão de preparar vários conteúdos especiais, com várias dicas de inclusão feitas pelos terapeutas da Casulo. Você pode ver todas as dicas do Tio Matheus, Tio Carlos, Tia Alice, Tia Júlia, Tia Luiza e Mirieli, Tia Arielly e da própria dra Mylena no nosso Instagram.

Também aproveitamos para dar muitas entrevistas. Entre elas, para a rádio Sim Notícias (FM 106.1, em Linhares. Nela, a Dra. Mylena destacou a importância das campanhas de conscientização sobre o autismo.

Maio

Em maio, comemoramos a inclusão do TEA nas linhas de cuidado do SUS. Essa medida é um passo em direção a um diagnóstico precoce e acessível para as crianças brasileiras. Aproveitamos para lembrar da importância que é o diagnóstico precoce para as crianças com TEA. Quando antes o diagnóstico é feito, mais cedo o tratamento e as intervenções vão começar na vida da criança. Pesquisas mostram que a intervenção precoce leva a resultados positivos mais tarde na vida de pessoas com autismo. 

Também comemoramos a decisão liminar concedida pela Justiça Federal em São Paulo, que determinou que os planos de saúde no estado devem cobrir integralmente o tratamento de pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA).

Junho

Em junho, iniciamos a série de posts “Dica da Semana”, para ajudar pais e tutores com exercícios e informações rápidas sobre algum tema rotineiro na vida da criança autista, que pode ajudar muito no desenvolvimento.

Celebramos também o Dia do Orgulho Autista, demos boas vindas à Gabriela Esteves, nova supervisora de equipe da Casulo Comportamento e Saúde e festejamos o Arraiá da Casulo! Esses espaços lúdicos de interação social são muito importantes para o desenvolvimento infantil e são maneiras excelentes de promover a inclusão.

Julho

Começamos julho lamentando o falecimento de Cláudio Todorov, ex-reitor da Universidade de Brasília (UNB) que é referência para a Análise do Comportamento no mundo. O professor faleceu aos 80 anos, na madrugada desta quarta-feira, devido a complicações de uma doença pulmonar crônica. Todorov deixa um legado de compromisso com o bem estar social e inúmeras pesquisas e artigos que vão seguir inspirando analistas do comportamento no Brasil.

Mas também tivemos uma ótima notícia. Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) acabou com o limite de sessões de terapias para autistas com cobertura pelos planos de saúde. Agora os planos devem cobrir de forma integral todas as sessões de psicoterapia, terapia ocupacional, fonoaudiologia e fisioterapia.

Agosto

Recebemos a visita da TV Gazeta na Casulo Comportamento e Saúde de São Mateus para falar sobre o corte de cabelo de crianças com TEA. A reportagem foi feita a partir da excelente iniciativa do barbeiro Jocelino, que buscou saber mais sobre o TEA para atender seus clientes com autismo.

Comemoramos o Dia do Psicólogo e da Psicóloga, o Dia dos Pais e lembramos da importância da inclusão escolar para o desenvolvimento das crianças. Nosso posicionamento é sempre a favor das pessoas com deficiência, das famílias e da inclusão social. Sabemos que é possível promover um ambiente de desenvolvimento para todos na escola e temos inúmeras evidências científicas que demonstram que esse é o melhor caminho.

Setembro

Em uma série de postagens, apresentamos o modelo ABC (vem do inglês Antecedent-Behavior-Consequence ou Antecedente-Comportamento-Consequência) e se baseia na ideia de que a maioria dos comportamentos que exibimos são aprendidos. O modelo ABC é uma ferramenta importante na análise de comportamentos e faz parte do dia a dia dos profissionais que trabalham com ABA.

Outubro

Mais um ano para celebrar o Dia das Crianças. Esse ano nós tivemos muitas atividades, como exposição de arte, teatro dos terapeutas, festa, dança, atividades artísticas e muitos lanches deliciosos.

Também foi o mês Dia da Fantasia, no qual as crianças e terapeutas fizeram um desfile de fantasias, uma mais bonita e divertida que a outra. Foi mais uma oportunidade de socialização que a Casulo Comportamento e Saúde proporcionou às crianças.

Novembro

Em novembro tivemos o início das aulas de ginástica funcional com Yuri Vidal para o nosso time em Linhares, como parte do nosso projeto de Saúde e Bem Estar. Essa é uma iniciativa que reforçou nosso maior compromisso com o cuidado das nossas crianças, das famílias, da nossa equipe e da comunidade.

Também iniciamos uma parceria junto com a Steps Terapia e a ABAEDU para iniciar esse projeto incrível que tem o objetivo de oferecer cursos para as certificações QABA e o preparatório para a certificação QASP-S. Esse é um grande passo para a qualificação de profissionais na área da Análise de Comportamento Aplicada.

Dezembro

Começamos dezembro apresentando as sete dimensões da Terapia ABA e comemorando o Dia do Fonoaudiologo. 

Também demos mais dicas para o final de ano que, para muitos pais de pessoas autistas, pode ser um período de muita preocupação. Afinal, são muitas festas, pessoas, barulho, quebra de rotina e, lamentavelmente, muitas pessoas ainda insistem em soltar fogos de artifício. Você pode ver o post completo e com todas as dicas aqui!

Consentimento

O Consentimento Informado é fundamental na intervenção ABA hoje em dia. Isso porque a Análise do Comportamento Aplicada como Ciência nos oferece uma tecnologia capaz de gerar intervenções clínicas efetivas para os mais diferentes problemas humanos. No entanto, precisa ser acompanhada de uma boa análise de risco-benefício. Desde o artigo seminal de Wolf, Risley and Todd (1968)  as práticas culturais já se modificaram significativamente. Desde então, a premissa básica de que a ABA prioriza o bem-estar do recipiente dos serviços está ainda mais fortalecida não apenas pela própria ciência, mas por práticas sociais vigentes.

Skinner (1953) já estabeleceu que o objetivo da Análise do Comportamento é o bem-estar do cliente, a integridade da profissão e a sobrevivência da cultura. A prática ética e responsável do analista do comportamento precisa ajustar-se aos movimentos sociais que buscam aumentar a segurança daqueles que recebem os serviços, bem como garantir que as necessidades individuais sejam atendidas em sua completude.

Proteger e oferecer garantias aos direitos humanos das pessoas que atendemos e respeitar sua individualidade são fortes motivos para a obtenção de consentimento informado antes de propor intervenções clínicas.

Essas são premissas da abordagem centrada no cliente que espera-se que todo profissional da análise do comportamento seja competente para oferecer. Mas, é ainda mais relevante quando o profissional trabalha com crianças e pessoas vulneráveis que dependem das salvaguardas de padrões éticos de atuação profissional.

Há outros motivos, como por exemplo, os eventos fartamente encontrados na nossa história social, nas quais os direitos individuais foram desrespeitados durante a implementação de intervenção comportamental.

A Terapia ABA deve ser feita de forma dedicada, com compaixão e respeitando a individualidade do cliente, por um profissional que tem como foco o desenvolvimento da pessoa atendida e não na aplicação rígida de procedimentos.

Consentimento informado permite aos pais e cuidadores a oportunidade de avaliar em detalhes qualquer proposta de intervenção antes que seja diretamente implementada. Deste modo, é possível decidir, a partir de informação suficientemente abrangente, se aquela proposta está adequada à cultura familiar e as expectativas de desenvolvimento que os pais têm para seus filhos.

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC1310980/

A prevalência do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e dos Transtornos de Aprendizagem são as dificuldades mais comuns encontradas nos quadros de fracasso escolar. Felizmente, o Brasil está reconhecendo a necessidade de provisão de suporte especializado para esses estudantes. Recentemente, foi sancionada a Lei Nº 14.254 que estabelece o direito à assistência aos milhares de estudantes que sofrem com esses transtornos durante sua escolarização e, por vezes, por toda sua trajetória de vida.

A Lei Nº 14.254 garante aos alunos de escolas públicas e privadas o acompanhamento especializado aos estudantes com todas as formas de dificuldades de aprendizagem, em especial a dislexia e o TDAH. Além disso, estabelece que estes serviços sejam oferecidos por profissionais da área de saúde. Este é um passo extremamente importante no reconhecimento de que as ciências comportamentais e educação escolar não são serviços excludentes e que crianças devem receber atendimento centrado na pessoa em todos os contextos da vida diária.

Essa é uma grande notícia para os pais e estudantes que já foram diagnosticados com TDAH e/ou transtornos de aprendizagem, mas é também ótima notícia para crianças autistas, uma vez que a co-ocorrência de TDAH e autismo, bem como transtornos de  aprendizagem e autismo já está suficientemente documentada na literatura. Estatísticas sobre o fracasso escolar informam o quanto esses transtornos do neurodesenvolvimento podem comprometer o processo de aprendizagem escolar e inclusão social, principalmente quando não diagnosticadas precocemente e sem o acompanhamento especializado e baseado em evidências.

A notícia de que serviços integrados com a rede de saúde, incluindo intervenção terapêutica, será requerida em ambiente escolar é extremamente importante. Agora as famílias têm uma legislação bem definida para quando precisarem buscar os direitos de seus filhos à educação efetiva, sem importar se são estudantes de escolas públicas ou privadas.

A lei também prevê a capacitação dos professores para o atendimento desses alunos, o que para nós, Analistas do Comportamento, é uma notícia muito favorável também. Serviços bem estruturados de ABA detém a tecnologia requerida tanto para o treinamento de educadores no âmbito da escola inteira, por meio da implementação das estratégias baseadas no Suporte Comportamental Positivo, do inglês Positive Behavior Support (PBIS) que oferecem a possibilidades de organização dos processos escolares para a prevenção e intervenção em dificuldades comportamentais para estudantes de modo geral, bem como por meio da provisão de serviços de suporte individualizado, também baseado na ciência ABA para estudantes com necessidades educacionais especiais.

A Casulo Comportamento e Saúde oferece serviços de consultoria escolar para famílias, escolas e profissionais interessados em prover aos seus filhos, estudantes ou clientes um suporte baseado nas melhores práticas baseadas em evidência para dificuldades escolares.

Assentimento e consentimento são dois conceitos relativamente novos na Terapia ABA e que ainda estão passando por muitos debates, mas que já surgem como questões importantes na comunidade científica, pois significa sobretudo um avanço da prática clínica da análise comportamental aplicada.

Faz parte da ciência evoluir e melhorar suas práticas e de fato muitas coisas mudaram positivamente desde a criação da Terapia ABA, principalmente sob a influência do fortalecimento das pautas dos movimentos pela neurodiversidade, a luta pelos direitos das Pessoas Com Deficiência (PCD) e contra o capacitismo na nossa sociedade.

Para o profissional ABA contemporâneo é muito importante compreender esses conceitos de assentimento, inclusive para buscar soluções para melhorar os comportamentos do cliente sem que isso signifique uma violação do espaço e dos seus direitos enquanto indivíduos.

Por isso, vamos apresentar rapidamente esses conceitos e a diferença entre os dois para que possamos falar de forma mais aprofundada nos próximos textos.

O que é consentimento?

Consentimento é quando damos a permissão legal. Por exemplo, toda família que busca um atendimento ABA para a sua criança assina um contrato dando um consentimento informado. Eles dizem que sim, desejam receber os serviços ABA que estão sendo oferecidos e estão não só concordando, mas dando a permissão necessária para trabalhar com a criança.

O consentimento é, portanto, considerado uma permissão na esfera legal.

E o assentimento?

Já o assentimento é um conceito que lida com algo mais subjetivo, ligado à ética e à moral da relação entre o profissional e o cliente. Seria um consentimento dado por uma pessoa que não tem o direito legal para dá-lo.

Como assim? Veja bem, para você assinar um contrato você precisa ter algumas características para que o mesmo tenha validade: você precisa ser maior de idade, ter ciência do que está escrito no contrato, confirmar essa ciência a partir de uma assinatura, entre outros quesitos básicos. 

O assentimento é o consentimento de quem não atende todos esses quesitos legais. É o caso das crianças e pessoas com algum tipo de deficiência intelectual, por exemplo. O assentimento indica uma concordância de que a pessoa que está sendo atendida diretamente tem o real interessada em se engajar nas atividades propostas pela terapia. 

Sim, ter o consentimento dos pais ou tutores é fundamental. Mas isso não pode se sobrepor aos sentimentos que a pessoa que está recebendo diretamente o atendimento a respeito da vida dela. 

E como o profissional ABA pode saber se há o assentimento?

Algumas linguagens são universais e servem como sinais claros de assentimento mesmo, mesmo quando do outro lado esteja uma pessoa sem habilidades verbais bem desenvolvidas. 

Se o cliente sorri quando o terapeuta entra na sala, por exemplo, é um sinal de que há o assentimento para iniciar a sessão. 

Quando esse cliente se aproxima do profissional ABA ou dos materiais que serão usados 

durante o atendimento, ele claramente está dando um sinal de que possui o interesse de se engajar na atividade preparada. Ou, como muitas vezes acontece, quando a pessoa continua no ambiente mesmo após o tempo da terapia. 

Tudo isso são sinais que podem ser aferidos facilmente pelos aplicadores ABA. Aquele indivíduo está sim se sentindo feliz, seguro e relaxado com tudo o que lhe está sendo proposto. Ou seja, está lhe dando o assentimento necessário para continuar.

Quer saber mais sobre o assunto? Confira um vídeo muito legal a respeito aqui da doutora Valeria Parejo. Ela explica muito bem essa questão durante a 3ª Jornada da Análise do Comportamento.

A Terapia ABA possui alguns conceitos importantes que todo analista comportamental precisa compreender. São as chamadas 7 dimensões do ABA, que têm sido usadas por décadas para implementar com sucesso intervenções baseadas em pesquisas claras e eficazes para os clientes. 

Essas dimensões são usadas ​​no planejamento do tratamento para aqueles que recebem terapia ABA, principalmente pessoas com autismo ou outros transtornos de desenvolvimento, para garantir que as necessidades de cada cliente sejam atendidas de forma científica e baseada em dados.

Essas 7 dimensões são:

Efetividade:
A intervenção analítica comportamental precisa promover melhora, mudança comportamental em uma direção tal em que possamos ver ganhos clínicos como aumento de repertórios ou redução de dificuldades na inclusão social.

Os efeitos eficazes e clinicamente significativos fazem uma diferença significativa. Refere-se a resultados práticos – a intervenção se mostrou eficaz ou não.

Para isso, precisa definir quais são os comportamentos que devem aumentar ou reduzir as frequências. Apenas a partir disso podemos identificar a dimensão do comportamento a ser medida e se as mudanças antes, durante e após a intervenção foi realmente efetiva.

Analítica:
Significa que existe uma relação funcional. O analista do comportamento deve trabalhar a partir da compreensão de como os indivíduos se comportam ou das funções do comportamento. Precisamos entender como esse comportamento pode ser mantido, ou como historicamente foi mantido por suas consequências. Ou seja, que haja a identificação das relações funcionais entre o comportamento e as variáveis ​​ambientais. 

Generalidade:
Quer dizer se o comportamento é transportado para outros contextos que não apenas o ambiente de treinamento.

Em outras palavras, se a mudança de comportamento se mostra durável ao longo do tempo, aparece em uma ampla variedade de ambientes ou se espalha para uma ampla variedade de comportamentos relacionados. Concentra-se em efeitos duradouros ao longo do tempo. A intervenção foi testada ao longo do tempo? Essa é uma pergunta que os analistas precisam responder. 

Aplicável:
O analista do comportamento precisa entender quais as necessidades da pessoa autista, da comunidade e das pessoas que se interessam com aquela pessoa e trabalhar nos comportamentos significativos desse indivíduo. 

Tecnológico:
São protocolos e procedimentos que dizem respeito a quão bem os princípios básicos, já organizados em termos de procedimentos e protocolos da análise do comportamento, estão sendo implementados para que se possa verificar quais os componentes do tratamento que fazem realmente diferença para a pessoa autista. E principalmente, se é possível ser descrito e replicado em outros momentos, no caso de sucesso.

Conceitualmente Sistemático:
O analista do comportamento não pode usar de estratégias que não sejam pautadas pelos princípios básicos do comportamento. Isso quer dizer que estratégias ou propostas alternativas não vão passar pelo crivo do que se chama de uma intervenção analítico-comportamental.

Isso significa que o praticante está usando os princípios básicos de mudança de comportamento da ABA, ao contrário de outros métodos de outras filosofias ou disciplinas.

Comportamental:

Como não podia deixar de ser, o comportamento é algo central no ABA. Ele deve ser observável e mensurável para que seja alterado.  Esse comportamento adequado ou desejável e, principalmente, ser medido. Os analistas de comportamento desejam aumentar alguns comportamentos e diminuir outros. Também é importante descrever a “mudança de comportamento” em termos de como a vida da criança mudou, ao invés de apenas seu comportamento.

 

Sua criança tem o direito à uma inclusão inclusiva, sim! Sabemos que muitas vezes as barreiras colocadas para a matrícula das crianças em escolas, particulares ou públicas, parecem intransponíveis. Principalmente, quando as instituições de ensino se valem de decisões judiciais que beiram o absurdo. Mas a verdade é que isso está na lei e ela precisa ser cumprida.

Desde 2016, com a promulgação da Lei Brasileira de Inclusão (LBI) (também conhecida como Estatuto da pessoa com deficiência), o poder público tem a obrigação de assegurar e promover em condições de igualdade, o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais da pessoa com deficiência, visando a sua inclusão social e a cidadania. Essa determinação envolve todos os níveis de ensino da escola regular, seja ela pública ou privada.

Leia também:  A inclusão é um direito!

Falando especificamente do acesso à educação inclusiva, a lei prevê multa e reclusão a gestores que neguem ou dificultem o acesso de estudantes com deficiência a uma vaga, proibição de cobrança de valor adicional nas mensalidades e anuidades para esse público e a oferta de um profissional de apoio quando necessário.

Mais que isso, a escola (seja ela pública ou privada) não pode negar a matrícula de crianças com qualquer tipo de deficiência.

O que exatamente está garantido por lei?

Toda criança com deficiência tem direito ao chamado atendimento educacional especializado (AEE) no contraturno escolar. No caso das crianças com transtorno do espectro autista (TEA) têm direito a um profissional de apoio em sala de aula.

Segundo a legislação, esse profissional de apoio pode exercer atividades de alimentação, higiene e locomoção do estudante com deficiência e atuar em todas as atividades escolares nas quais se fizer necessária, em todos os níveis e modalidades de ensino, em instituições públicas e privadas. 

O que fazer se a LBI não for respeitada?

Vamos lembrar que é crime Recusar a matrícula ou dificultar o acesso de estudantes com deficiência à escola comum;  cobrar valor adicional nas mensalidades e anuidades escolares devido à deficiência; e  descumprir qualquer outra das determinações previstas na Lei brasileira de inclusão (LBI).

Se após as tentativas de diálogo com a instituição de ensino se esgotarem, os pais e tutores devem contatar a área de educação inclusiva da Secretaria de Educação do município e, oportunamente, o Ministério público (MP). O MP pode ser acionado pessoalmente, em uma de suas unidades físicas, como também pelo site www.mpf.mp.br/para-o-cidadao/sac.

(Texto feito com informações do site Diversa. Visite para ver mais textos sobre o assunto)

A oxitocina (um hormônio de ocorrência natural que atua como um mensageiro químico no cérebro) não mostrou qualquer evidência de ajudar crianças com autismo no desenvolvimento de habilidades sociais, de acordo com um grande estudo internacional publicado em 13 de outubro no New England Journal of Medicine.

Embora decepcionante para aqueles que têm esperança de que a oxitocina possa beneficiar crianças com autismo, a descoberta há muito esperada fornece clareza para uma droga que mostrou resultados mistos em estudos menores e menos robustos.

Para a principal investigadora e autora do estudo, Linmarie Sikich, professora consultora associada do Departamento de Psiquiatria e Ciências do Comportamento da Duke University School of Medicine, o resultado foi decepcionante. “Havia muita esperança de que esta droga fosse eficaz. Todos nós da equipe de estudo ficamos extremamente desapontados, mas a oxitocina não parece mudar a função social das pessoas com autismo.”

O que é a oxitocina?

A oxitocina é normalmente usada para induzir o parto, mas por causa de sua atividade no cérebro, foi investigada como um tratamento para o autismo. As evidências têm sido conflitantes, com vários estudos menores sugerindo que melhorou a função social e cognitiva entre algumas crianças com autismo, enquanto outros estudos não mostraram nenhum benefício.

Sikich e colegas, incluindo o autor sênior Jeremy Veenstra-VanderWeele, MD, do Instituto Psiquiátrico do Estado de Nova York e da Universidade de Columbia, projetaram o estudo em vários locais para fornecer as melhores evidências sobre se a oxitocina era um tratamento seguro e eficaz para crianças dentro do espectro.

Como se deu o estudo?

A equipe de pesquisa inscreveu 290 crianças de 3 a 17 anos, estratificadas por idade e gravidade dos sintomas de autismo. As crianças foram randomizadas em grupos de tamanhos iguais e semelhantes para receber oxitocina ou um placebo por meio de um spray nasal diário durante 24 semanas.

O estudo teve como objetivo verificar se o regime de oxitocina teria um impacto mensurável nas habilidades sociais das crianças com base em exames e avaliações no início do ensaio, no meio e no final. Os pesquisadores e os pais das crianças forneceram avaliações usando ferramentas analíticas padrão para o autismo.

Embora a ocitocina tenha sido bem tolerada e tenha poucos efeitos colaterais, ela não mostrou nenhum benefício significativo entre o grupo de crianças que a recebeu em comparação com aquelas que receberam o placebo.

“Milhares de crianças com transtorno do espectro do autismo receberam prescrição de oxitocina intranasal antes de ser testada adequadamente”, disse Veenstra-VanderWeele. “Felizmente, nossos dados mostram que é seguro. Infelizmente, não é melhor do que o placebo quando usado diariamente por meses. Esses resultados indicam que os médicos e as famílias devem insistir que há fortes evidências para a segurança e o benefício de novos tratamentos antes que eles o sejam. fornecido aos pacientes na clínica. ”

Sikich disse que não deve realizar nenhum outro estudo sobre a oxitocina, devido aos resultados negativos: “Nosso consenso como investigadores é que não há evidência neste grande estudo que seja forte o suficiente para justificar mais investigação da oxitocina como um tratamento para transtornos do espectro do autismo”.

Primeiras palavras atrasadas e irregularidades na fala são alguns dos sintomas mais comuns do diagnóstico do transtorno do espectro do autismo (TEA). Por isso, é normal que pais suspeitem que a criança tenha autismo quando ela fala apenas com parentes próximos e amigos, mas não com a escola ou com outros parentes.

Quando uma criança se descobre incapaz de falar com certas pessoas, isso é chamado de “mutismo seletivo”. Mas o que causa o mutismo seletivo? Está sempre vinculado ao TEA? Vamos mergulhar nessas questões.

O que é mutismo seletivo?

Algumas pessoas têm mutismo total, o que significa que não podem se comunicar verbalmente. Isso geralmente é devido a alguma forma de lesão cerebral ou distúrbio grave da fala. Mutismo seletivo significa que a falta de fala ocorre apenas em algumas situações. Como mencionado acima, muitas crianças com essa condição podem conversar com os pais e outros membros da família.

Elas também podem se comunicar com amigos próximos e colegas de classe selecionados. Mas com qualquer outra pessoa, possuem dificuldades de falar, não necessariamente sem vontade. Algumas crianças com mutismo seletivo podem responder com métodos não-verbais, como gestos com as mãos, enquanto outras nem mesmo respondem.

O mutismo seletivo é um distúrbio reconhecido no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais DSM-5 ). Ele especifica que os seguintes requisitos devem ser atendidos para um diagnóstico de mutismo seletivo:  

  • A falta de fala não está ligada à falta de fluência no idioma
  • A condição dura pelo menos um mês
    • Este mês não deve ser o primeiro mês de aula, pois pode ser normal que os alunos sejam tímidos
  • Isso interfere no sucesso acadêmico, ocupacional e / ou social da pessoa
  • Não pode ser melhor explicado por um distúrbio de comunicação ou fluência
  • Não ocorre exclusivamente por causa da esquizofrenia, autismo ou outros distúrbios (mais sobre isso mais tarde)

Os pais geralmente notam o início dos sintomas por volta dos três a quatro anos de idade, quando as crianças entram na pré-escola. Estima-se que 0,2% a 0,8% das crianças possuam mutismo seletivo e que mais meninas são diagnosticadas do que meninos. O distúrbio é mais comum em crianças, mas pode durar até a idade adulta.

Você pode ter mutismo seletivo e autismo?

A resposta curta é … é complicado. O DSM-5 estabelece uma fronteira entre os dois distúrbios, mas isso tem causado alguma confusão na comunidade clínica.

Steffenburg et al. (2018) estudaram a prevalência potencial de autismo em crianças com mutismo seletivo. No estudo, foram selecionados 97 participantes entre quatro e 18 anos com diagnóstico confirmado de mutismo seletivo. Nenhum deles havia sido diagnosticado com TEA, mas após uma triagem de autismo durante o estudo, os pesquisadores concluíram que 63% preenchiam os critérios diagnósticos para TEA.

Steffenburg et al. (2018) acreditam que os sinais de autismo podem passar despercebidos porque a falta de comunicação verbal passa a ser o foco principal dos pais e médicos. O artigo sugere que TEA e mutismo seletivo podem não ser mutuamente exclusivos, afinal, e que os profissionais devem procurar sintomas de ambos.

Também é importante notar que cerca de 40% das pessoas autistas têm transtornos de ansiedade comórbidos. Visto que a comunicação social costuma ser um desafio para crianças com TEA, a ansiedade social é particularmente comum. Isso fortalece ainda mais a relação potencial entre TEA e mutismo seletivo.

No entanto, Steffenburg et al (2018) notaram uma motivação diferente em seus participantes com TEA e mutismo seletivo. Embora a maioria das crianças com mutismo seletivo seja relacionada ao medo em um ambiente de grupo, os pesquisadores observaram que a falta de fala nessas crianças estava mais enraizada na teimosia e na falta de interesse social.

Mutismo seletivo e suas relações com o transtorno de ansiedade social e o transtorno do espectro do autismo, de Peter Muris e Thomas H. Ollendick, também enfatizou que a ansiedade não é o único fator possível para crianças com TEA. Eles também podem exibir mutismo seletivo porque não “entendem adequadamente situações sociais específicas ou têm dificuldades para ler as expressões faciais de outras pessoas, não sabem como responder às outra pessoas e/ou são menos interessado em se envolver na interação social”.

Muris e Ollendick concordam com Steffenburg que a ligação entre mutismo seletivo, transtornos de ansiedade e TEA precisa de mais atenção. Eles continuam dizendo “não vemos razão para que o TEA seja listado como um critério de exclusão para um transtorno de ansiedade – [mutismo seletivo] SM – embora seja permitido como uma condição comórbida para outros transtornos de ansiedade, incluindo [transtorno de ansiedade social] SAD.”

Meu filho ou filha tem mutismo ou autismo?

Como vimos, é possível que as crianças apresentem sinais de ambas as condições. Se seu filho tem TEA, o mutismo seletivo não será o único sintoma. Fique de olho em outras características, como:

  • Comportamentos auto estimulantes
  • Falta de contato visual
  • Sensibilidades sensoriais
  • Insistência nas rotinas
  • Possíveis colapsos ou desligamentos
  • Atrasos de fala e linguagem

Confira nosso artigo Principais sinais do autismo para obter mais informações sobre como detectar TEA em crianças pequenas.

Uma das maiores inimigas da ciência atualmente é a difusão de informações falsas. No mundo do autismo não é diferente e uma das principais desinformações envolvendo o tema é a ideia de que as vacinas causam o autismo. Mas aos poucos o cerco contra essas mentiras vai se fechando.

Em ação contra a desinformação dentro de sua plataforma, o YouTube informou que removerá vídeos sugerindo que as vacinas causam autismo, entre outras falsidades. A plataforma de vídeo, que é propriedade do Google, disse esta semana que está atualizando e expandindo suas políticas para lidar com o conteúdo prejudicial de vacinas.

O YouTube já proibiu conteúdo com informações imprecisas sobre as vacinas COVID-19 e a empresa disse que 130.000 vídeos foram removidos desde o ano passado por violarem essa política. Mas ideias imprecisas sobre outros tipos de vacinas continuaram se proliferando (e fazendo dinheiro) na plataforma.

Agora o YouTube decidiu que a política de vacinas COVID-19 não é o suficiente

“Temos constantemente visto falsas alegações sobre as vacinas contra o coronavírus se espalharem pela desinformação sobre as vacinas em geral, e agora estamos em um ponto em que é mais importante do que nunca expandir o trabalho que iniciamos com COVID-19 para outras vacinas”, diz o post “Política sobre Desinformação de Vacinas”, no blog oficial da plataforma.

“O conteúdo que alegue falsamente que as vacinas aprovadas são perigosas e causam efeitos crônicos à saúde, que as vacinas não reduzem a transmissão ou a contração da doença, ou que contém informações incorretas sobre as substâncias contidas nas vacinas, será removido. Isso inclui conteúdo que afirma falsamente que as vacinas aprovadas causam autismo, câncer ou infertilidade, ou que as substâncias nas vacinas podem rastrear aqueles que as recebem”, diz o post.

A política se aplica a declarações sobre vacinas específicas, como as para sarampo ou hepatite B, disse a empresa, bem como comentários sobre vacinas em geral.

O YouTube indicou que ainda permitirá conteúdo falando sobre políticas de vacinas, testes, bem como sucessos e fracassos históricos. Testemunhos pessoais também são permitidos, desde que não violem as diretrizes do site ou venham como parte de um canal com um padrão de hesitação à vacinação, indicou a empresa.

A mudança no YouTube ocorre depois que o Facebook assumiu uma postura mais dura quanto à desinformação sobre vacinas no início deste ano. A rede social disse que, durante a pandemia, retirará postagens com alegações desmentidas sobre o coronavírus e vacinas, incluindo aquelas sugerindo que “as vacinas são tóxicas, perigosas ou causam autismo” no Facebook e no Instagram. Grupos, páginas ou contas podem ser removidos de acordo com a política se compartilharem repetidamente esse tipo de informação incorreta.

O YouTube disse que as novas políticas entrarão em vigor imediatamente, mas levará mais um tempo para que sejam totalmente aplicadas.

Fonte: Disability Scoop

 

A palavra é difícil, e seu conceito é um pouco complexo. A psicomotricidade é o termo empregado para uma concepção de movimento organizado e integrado, em função das experiências vividas pelo sujeito cuja ação é resultante de sua individualidade, sua linguagem e sua socialização. Basicamente, é a uma forma que uma pessoa tem de se expressar, se perceber e se sentir no mundo através dos movimentos do nosso corpo.

E por que isso é importante? Bem, lembre-se que muitos indivíduos com autismo encontram grandes dificuldades com a coordenações motoras fina e grossa, o que influencia seu reconhecimento corporal, a noção de espaço, por exemplo. Por isso, muitas vezes é necessário melhorar os movimentos do corpo e as relações com todas as dificuldades listadas acima.

“A psicomotricidade é a ferramenta perfeita para compreender isso, pois integra funções cognitivas sociais, simbólicas, de lateralidade (saber o que é esquerda e direita), psíquicas, emocionais e corporais e explica como a junção de tudo isso reflete no movimento da criança”, diz a Terapeuta Ocupacional da Casulo, Júlia Castro.

Além disso, a psicomotricidade também contribui com a socialização. Afinal, é através do nosso corpo que comunicamos nossos sentimentos, com gestos e expressões corporais. Então é importante que a pessoa, no caso a criança, se entenda e se perceba para poder se comunicar da melhor forma possível com o outro, o mundo e o ambiente.

Além de poder entender também o que o outro quer dizer com as suas expressões corporais. Pense no quão importante é para uma criança identificar sinais de incômodo, hostilidade, tristeza ou agressividade. É ou não, um tipo de conhecimento corporal interessante para o convívio social?

Arte, brincadeira e psicomotricidade

A melhor maneira de interagir com as crianças e trabalhar a psicomotricidade é através das brincadeiras. A terapeuta ocupacional utiliza o momento de diversão das crianças para observar o funcionamento emocional e motor da criança, utilizando de brincadeiras e jogos para corrigir alguma alteração nos movimentos.

Atividades artísticas são uma ótima ferramenta para isso. Um exemplo é o circo, que trabalha diversas formas de expressão corporal, utilizando do equilíbrio, da velocidade, flexibilidade e concentração de uma forma muito lúdica e divertida.

De acordo com Matheus Rocha, professor de Circo da Casulo, as aulas de artes circenses têm por objetivo trabalhar tanto as questões sociais envolvidas no momento compartilhado quando as habilidades motoras dos alunos.

“Em conjunto com o trabalho individualizado na terapia ocupacional e o atendimento dos terapeutas, o circo uma ferramenta poderosa de socialização e estímulos necessários para o desenvolvimento físico e motor”, explica o professor.

A terapeuta Júlia completa: “É um trabalho muito holístico, porque cada criança tem uma forma de se expressar corporalmente, de se movimentar, de responder com o corpo aos ambientes internos e externos”.