Chamamos de generalização quando um indivíduo aplica algo aprendido em uma situação específica em outra situação semelhante, sem que tenha havido um aprendizado extra para que aquilo ocorresse. Ou seja, quando o indivíduo transporta o comportamento aprendido na terapia para o dia-dia.
Parece algo simples, mas não é. Lembre-se que um dos grandes desafios para as crianças com autismo é exatamente transferir o comportamento aprendido e praticado no ambiente terapêutico para a “vida real” e é exatamente esse pulo que permitirá dar os passos necessários para a independência e melhora de qualidade de vida para esses indivíduos.
A generalização é uma parte muito importante para o aumento do repertório comportamental, porque mostra que a pessoa pode manter as habilidades ensinadas diretamente e ainda mostrar habilidades que não foram ensinadas diretamente em um ambiente novo.
Com a ela, queremos que o indivíduo peça algo que ela, sejam itens ou atividades, em momentos do dia-dia, como na escola, no parquinho, na casa – para ter acesso ao reforçador (o objeto ou atividade que a criança pediu) também nesses ambientes.
Por isso, para que a generalização ocorra, geralmente é preciso praticar de maneira consistente e sistemática – além de certa paciência.
Vamos dar um exemplo. Digamos que uma criança tenha dificuldades para comunicar que está com sono ou cansada. Na terapia, ela pode entender que ao dizer “estou cansada” ela poderá ter um tempo de descanso de uma atividade. A generalização ocorrerá quando, ao fazer compras no Shopping, a criança comunicar à família que está cansada para poder dizer que quer ir embora ou se sentar por alguns minutos, ao invés de engajar em comportamentos disruptivos, como se jogar no chão ou chorar.
A mesma ideia pode ser feita para obter um brinquedo, uma guloseima ou fazer alguma atividade que lhe agrade. A ideia com isso é substituir comportamentos disruptivos ou que não sejam apropriados. No lugar do chorou ou da pirraça, o pedido. Dessa forma, não só a comunicação entre criança e pais melhorará, como ela passa a ter mais habilidades comportamentais para lidar com outras situações ao longo de sua vida.