Mais de três meses já se passaram desde que a pandemia do Covid-19 chegou ao Brasil e, embora algumas cidades já estejam reabrindo os comércios e reduzindo as medidas de isolamento social, ainda estamos distantes do retorno pleno à rotina de antes da pandemia.

Por isso, separamos cinco dicas para que você e sua criança com TEA possam lidar da melhor forma possível com este período ainda tão complicado e cheio de incertezas.

Promova um ambiente calmo.
Em tempos de mudança, é comum que o nível de estresse aumente dentro de casa. Por isso é importante desenvolver estratégias que promovam comportamentos calmantes. Separe momentos do dia em que você e sua criança com autismo possam relaxar.

Crie rotinas. 
Sabemos que as rotinas são essenciais para indivíduos com TEA. Se as rotinas estabelecidas anteriormente foram interrompidas, crie rotinas para o seu filho. Isso pode ajudá-lo a se sentir mais seguro e entender o que é esperado dele. Essa também pode ser uma maneira importante de introduzir novos comportamentos – como lavar as mãos ou comportamentos alinhados ao distanciamento social – nos hábitos diários.

Não esqueça da empatia.
Neste período é comum que a criança se sinta confusa e insegura, o que pode levar a dificuldades, desconforto ou sofrimentos adicionais, ainda que não saibam como demonstrar. Valide os sentimentos de aflição da criança e, no caso de você ter dificuldades para lidar com eles, tente entrar em contato com terapeutas e outras famílias em situações semelhantes para debater ideias para resolver qualquer desconforto ou desafios sensoriais, de comunicação e de movimento, na medida do possível.

Mostre o amor. 
As crianças com autismo ou com algum tipo de deficiência podem internalizar o sentimento de que eles ou suas necessidades de cuidados são onerosos para os pais. Durante esse período estressante e incerto em que os pais podem estar se desdobrando entre home-office, cuidador, professor, além de ter que cuidar de todas as tarefas domésticas, esse sentimento pode ser aumentado. Lembre seu filho de seu amor incondicional e alegria de passar mais tempo com ele.

Incentive-os a falar sobre seus sentimentos.
Crianças com autismo geralmente experimentam sentimentos de isolamento social de seus pares, e as políticas de distanciamento social relacionadas ao COVID-19 podem amplificar esses sentimentos. Dê a seu filho oportunidades para discutir esses sentimentos, mostrando que eles são importantes. Aproveite para tentar estreitar os laços entre amigos e familiares meio de telefonemas e bate-papo por vídeo e outras plataformas virtuais.

As brincadeiras são uma ferramenta de aprendizagem importante para crianças. É durante esse momento que as crianças exercitam a criatividade, treinam habilidades sociais e comportamentos apropriados. O momento da brincadeira também é uma ótima oportunidade para reforçar comportamentos positivos e ensinar novas habilidades para a sua criança.

Você pode usar a brincadeira como reforço de duas formas: aproveitando o momento em que ela está brincando de forma apropriada para incentivar e elogiar; ou encaixando a brincadeira na rotina de forma que ela suceda uma atividade menos prazerosa para a criança e seja um reforço para essa atividade.

No primeiro caso, você pode aproveitar esse momento em que seu filho ou filha está se divertindo, incentivar a iniciativa, independência e criatividade da criança. Para isso, observe o comportamento da sua criança e, após um período, participe da brincadeira.

Uma boa forma de começar a participar é imitar o seu filho, por exemplo, se ele está desenhando um carro, você pode começar desenhando um carro também. Descreva o comportamento e elogie ele enquanto está brincando (“Você está desenhando um carro. Adorei como você usou as cores, muito bem!).​​​​​​

A partir daí, comece a enfatizar os comportamentos que ocorrem em situações sociais, como as ideia de compartilhar, solicitar, revezar, sempre elogiando os comportamentos desejáveis. É importante demonstrar e dar pequenas sugestões, de forma que a brincadeira não fique chata e cansativa e respeitar o tempo da criança.

No segundo caso, você pode organizar a rotina para que o tempo de brincadeira motive a criança a realizar outras atividades. A hora de brincar pode, por exemplo, vir logo depois da rotina de higiene pessoal. Ou, se você quer que a criança faça determinada atividade, pode combinar “primeiro vamos fazer as tarefas de casa, depois brincamos juntos”.

Muitas crianças com TEA podem ter dificuldades de se engajar em brincadeiras, especialmente as mais lúdicas. Por isso, é importante acompanhar e ajudá-la a iniciar as brincadeiras, caso seja necessário. Caso a criança não se engaje na brincadeira, não insista, tente novamente em outra oportunidade. E não esqueça de elogiar sempre que possível.

Muitos pais não sabem, mas a verdade é que o ato de elogiar a criança é uma ferramenta fundamental para estimular a autoestima e o aprendizado de novos comportamentos em seus filhos. Isso porque elogios são reforçadores extremamente eficientes, principalmente se feitos no momento e da maneira correta.

Elogiar uma ação de uma criança a ajuda a criar um padrão de comportamento positivo, permitindo que ela crie habilidades sociais necessárias que funcionarão para a adaptabilidade em um ambiente mais natural e complexo. 

Para isso, vamos entender como eles funcionam dentro da Terapia ABA e da ideia de parentalidade positiva.

Os elogios são reforçadores
Dentro da análise comportamental existem vários tipos de reforçadores que se dividem entre os primários e secundários. Os primários são aqueles que não exigem aprendizados para que sejam usados como recompensa, geralmente vinculados a questões mais instintivas do ser humano. Água, comida e sono, por exemplo, são exemplos de reforçadores primários.

Outros reforçadores são aprendidos e que chamamos de secundários. Dentro desse grupo, temos aqueles que são automáticos, ou seja, que são provenientes das sensações oferecidas ao próprio corpo como as autoestimulações; e o reforçador secundário generalizado, que é aprendido quando colocado um contexto que, em geral, envolve um comportamento. É aqui que entram os elogios.

Para que seja aprendido enquanto reforçador de comportamento, o elogio precisa ser feito junto com algum reforçador primário. Por exemplo, para uma criança a presença da mãe está pareada com a mamadeira. A partir daí, o reforçador fica sendo tanto a mamadeira quanto a presença da mãe. O mesmo acontece quando essa criança entende que a presença da mãe está ligada à atenção que ela recebe, como por exemplo o elogio.

Como usar o elogio?
De maneira explícita, o elogio é usado através da linguagem ao dizer que o indivíduo fez algo muito bem, ou da maneira que era esperada. Se por um lado as crianças neurotípicas aprendem isso mais rapidamente, as neuroatípicas necessitam que se estabeleça o elogio como reforçador em situações específicas, dentro de um ambiente e contexto no qual determinado comportamento ocorre. Dessa forma, o elogio é usado como feedback de que a criança está no caminho certo ou fazendo algo muito bem.  

Para que o elogio seja usado como reforçador positivo maneira efetiva, é fundamental que ele seja feito logo depois de um comportamento considerado bom ou adequado. Isso quer dizer que não adianta falar apenas “Bom trabalho” sem identificar o que é esse trabalho. 

Elogios específicos como “nossa, você fez sua letra está muito bonita” ou “eu gostei muito como você guardou seus brinquedos quando a mamãe pediu”, são muito mais efetivos para o aprendizado daquele comportamento que se deseja que seja aprendido.

Por isso não se esqueça de fazer um elogio ao seu filho ou filha. Além de fazer muito bem para a autoestima da criança, isso faz parte do aprendizado e desenvolvimento de suas habilidades sociais. 

Rotinas são muito importantes na vida de qualquer criança e adolescente. Elas são de grande ajuda no desenvolvimento de habilidades de vida diária e oferecem segurança na execução dessas atividades. Para uma criança neuroatípica a rotina é ainda mais importante, porque reforça essa ideia de segurança, previsibilidade e ajuda a criança a compreender o mundo a sua volta, se sentir segura executando as tarefas do dia a dia e se adaptar aos diferentes ambientes e situações sociais.

Se for possível, é uma boa ideia incluir a criança na organização dessa rotina, deixando que ela faça escolhas quando possível, sempre dentro daquilo que você entende que é importante para ela e da rotina da família. A criança pode, por exemplo, optar por fazer as atividades escolares antes ou depois do jantar, mas nunca deve ser oferecida para ela a opção de não fazer.

A organização dessa rotina pode ser feita através de um quadro visual, com imagens das diferentes atividades (acordar, tomas café da manhã, escovar dentes, trocar de roupa), por meio de cronogramas e agendas. As rotinas visuais são uma ferramenta importante para crianças dentro do espectro, porque comunicam com mais eficiência aquilo que é esperado da criança. Essa rotina deve estar acessível, para sempre ser consultada e acompanhada pela criança e seus cuidadores.

Mas e se for preciso sair da rotina? Aí é só explicar como será o dia e preparar a criança para essa mudança. No fim de semana, por exemplo, você pode preparar a criança para uma festa ou passeio, dizendo como será aquele dia especial, que tipo de atividades ela pode fazer, quem estará com ela. Assim, mesmo que a rotina seja quebrada, ela ainda será preparada para aquele dia diferente.

No entanto, é esperado que as crianças com TEA experimentem algum desconforto com essas alterações. Ela pode precisar de um tempo para se ajustar aquele novo espaço ou atividade. Caso ela tenha muita resistência a esse tipo de mudança é interessante, aos poucos, introduzir pequenas mudanças para que ela fique menos rígida. Aqui, a rotina visual também pode ajudar nessa comunicação das alterações, deixando claro para criança como será o dia e o que é esperado dela em todos os momentos do dia. Assim, a criança tem previsibilidade mesmo que a rotina sofra alterações e pode se acostumar a essas mudanças aos poucos.

Como se sabe, durante a puberdade os adolescentes experimentam mudanças em seus corpos. Além disso, é o momento em que normalmente se abandonam os interesses infantis para começar a transição para a vida adulta. Essas mudanças no corpo e na mente podem ser difíceis para qualquer um. Mas para as crianças no espectro do autismo e suas famílias, esse tempo pode ser particularmente desafiador.

Por isso, trazemos algumas dicas de como lidar com algumas questões muito comuns da adolescência dentro do espectro.

Mudanças no corpo
O corpo de todos muda durante a puberdade. Quando os meninos atingem a puberdade, a voz diminui de tom e o pênis cresce. Quando as meninas atingem a puberdade, os seios aumentam, a menstruação começa. É importante conversar com seu filho antes que essas mudanças aconteçam.

Em ambos os sexos, a puberdade traz o crescimento dos pêlos pubianos e axilares e uma tendência aumentada para a acne. Com isso, os pais devem ficar mais atentos a atividades cotidianas como uso de desodorante, lavar o rosto e tomar banho.

No caso das meninas, ainda há a menstruação. Uma dica importante é usar  ferramentas como figuras ou desenhos animados para explicar à sua filha questões como higiene íntima durante aqueles dias.

Novos interesses
Além das questões corporais, as mudanças hormonais também costumam trazer novos interesses a meninos e meninas.

Com indivíduos dentro do espectro, porém, isso é relativo. Pessoas com autismo de menor funcionalidade, por exemplo, podem continuar tendo os mesmos gostos de criança para sempre. Ao mesmo tempo, os indivíduos com autismo com menor comprometimento intelectual podem acompanhar essa mudança de interesses, trazendo consigo novas demandas sociais.

É a partir disso que os pais devem estar atentos. Isso porque é preciso levar em consideração as prováveis dificuldades sociais. A expectativa criada pelo desejo ser aceito por um grupo, de fazer novos amigos e manter essas amizades — ou mesmo como manter as amizades cultivadas durante a infância –, o desenvolvimento de interesses românticos… Tudo isso pode gerar um grande sofrimento.

Uma forma de lidar com isso é criar uma rotina de treino de habilidades sociais desde cedo e, a partir da indicação do Terapeuta ABA.

Sentimentos sexuais
Durante a puberdade, a maioria das pessoas começa a experimentar impulsos sexuais. Da mesma forma, é normal que as crianças do espectro se sintam desejos. Mas para adolescentes com problemas sensoriais associados ao autismo, essas novas sensações podem causar ansiedade.

Seu filho também pode começar a se masturbar – também uma parte saudável e normal do desenvolvimento. No entanto, diferentemente de seus colegas em desenvolvimento típico, alguns adolescentes no espectro do autismo não têm consciência social para saber quando e onde é apropriado e quando não é.

Por isso, é importante discutir esse problema com seu filho sobre o que é, o que não é apropriado e como mantê-lo seguro de potenciais abusadores. Essa é uma conversa difícil e séria, mas que precisa ser feita. Se você não se sente à vontade para falar sobre isso ou precisa de assistência sobre como iniciar a conversa, converse com o terapeuta de seu filho.

Desafios escolares
Antes de tudo, não custa nada lembrar: cada indivíduo tem o seu tempo e limitações com relação ao estudo regular nas escolas (no Brasil ainda há a dificuldade extra em saber se a escola tem de fato a estrutura básica para receber estudantes dentro espectro, mas essa é assunto para outro momento) e nem todas estarão matriculadas regularmente no colégio.

De qualquer forma, a vida social das crianças daquelas que estão matriculadas é, em boa parte, dentro do convívio escolar. Por isso, é preciso estar atento para as novas demandas escolares. Por exemplo, se seu filho estiver nas aulas regulares, os professores solicitarão um pensamento mais abstrato e esperarão tarefas que não possam ser concluídas através da memorização. Muitas crianças no espectro são fantásticas na lembrança, mas lutam com conceitos abstratos. Portanto, esteja ciente de que a escola pode ficar muito mais difícil e isso, por sua vez, pode prejudicar a auto-estima.

Durante esse período, você pode trabalhar com seu filho e seu terapeuta para descobrir maneiras de criar estima e um senso de auto-relação que não estão relacionados às notas. O terapeuta também pode ajudar seu filho a aprender a lidar com a frustração de ter que pedir ajuda.

Convulsões
Há uma quantidade crescente de pesquisas associando a puberdade a uma tendência nova ou aumentada de convulsões entre aqueles que têm autismo. É importante discutir isso com o médico do seu filho e aprender a reconhecer possíveis sinais e sintomas. Se você tiver outras preocupações, é uma boa ideia encontrar um neurologista qualificado para autismo para conversar sobre suas opções.

A estereotipia é um dos mais claros sinais comportamentais de uma criança com autismo e envolve a repetição, rigidez e invariância e a tendência de demonstrar comportamentos inadequados.

Os comportamentos estereotipados podem se apresentar de várias formas. Gestos envolvendo a coordenação motora fina, como movimentos envolvendo os dedos e as mãos; repetições de sons, palavras ou frases logo após serem faladas ou emitidas e o uso de experiências sensoriais, como cheirar ou tocar objetos e pessoas são algumas das manifestações mais comuns.

As estereotipias podem envolver também interesses específicos das crianças, como a repetição incessante de uma canção ou desenho animado, ou de uma parte específica deles. Em todos esses casos, pode-se considerar que são comportamentos inofensivos.

É necessária a intervenção?
Isso depende. Há manifestações da estereotipia que podem representar riscos às próprias crianças ou pessoas próximas. Há crianças que esfregam os olhos e apertam os globos oculares, por exemplo, o que podem gerar sérias lesões na visão. Outras que mordem os lábios ou parte do corpo, causando lesões nessas regiões. Fora os casos que podem causar constrangimentos sociais, como o comportamento de tocar a genitália.

De qualquer forma, a intervenção não está baseada apenas no fato do comportamento ocorrer — como dito anteriormente, a maior parte das manifestações de estereotipias não significa risco para a integridade física do indivíduo – e sim sob os efeitos negativos que podem ter no desenvolvimento e aprendizagem das crianças.
Isso porque o comportamento estereotipado, seja ele qual for, pode ocupar muito tempo da criança durante o dia, tornando mais difícil que ela se envolva em outras atividades que podem produzir o desenvolvimento de novas habilidades ou facilitar sua aceitação social na comunidade que ela vive.

Assim, quando esses comportamentos atrapalham de alguma forma o desenvolvimento infantil é que vamos falar sobre a intervenção visando a redução desse comportamento.

Reforço social x sensorial
Para isso, entretanto, é preciso saber diferenciar o tipo de reforçamento que está causando ou mantendo a estereotipia. O comportamento está sendo reforçado social ou sensorialmente?

O reforçamento social está ligado à quando alguém dá atenção a outra pessoa e nesse caso, se essa pessoa está engajando em um comportamento estereotipado e recebe atenção por isso, a gente pode pressupor que a estereotipia tende a aumentar.

Já os comportamentos estereotipados sensoriais estão ligados às respostas que estes trazem ao próprio corpo. Se existe alguma preferência pelo contato de uma experiência sensorial, essa pessoa promove esse comportamento para ter acesso a essa consequência, seja alívio, prazer ou conforto.
Cada indivíduo terá que ter seu comportamento estereotipado avaliado para que se entenda a função desse comportamento e então seja proposto um programa de intervenção com chance de ser bem-sucedido.

As estimativas mais recentes sobre a prevalência do autismo nas populações indicam que 1 em cada 54 crianças irão apresentar os sintomas do autismo. Além disto, cerca de 50% dessas crianças apresentarão comportamentos disruptivos como birras intensas, jogar-se ao chão em recusa para responder, desafiar instruções para cumprir rotinas, expressões de raiva e outros problemas de comportamentos sérios na vida cotidiana.

A pesquisa científica mostra que o Treino de Pais é efetivo na redução desses comportamentos em crianças e adolescentes, inclusive para indivíduos com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA). Com o ensino de estratégias baseadas em evidências é possível melhorar as habilidades parentais e evitar esses comportamentos.

O curso “ABC da Parentalidade Positiva” é um curso introdutório voltado para pais que não tiveram contato com estratégias da Análise do Comportamento Aplicada anteriormente e servirá para ensinar habilidades cruciais para que pais aprendam estratégias eficientes para promoverem a cooperação infantil.

A pedido das famílias que não podem acompanhar o curso em um horário fixo, disponibilizaremos todos os vídeos, apostilas e exercícios de cada uma das sessões em uma plataforma de ensino à distância.

Os participantes poderão acompanhar as sessões ao vivo e tirar suas dúvidas com as professoras, através de um link que será enviado individualmente, mas também terão acesso as aulas gravadas para assistirem quando desejarem, durante um período de três meses a partir do início do curso.

Além das aulas gravadas, os alunos também terão acesso a apostilas e exercícios em cada uma das sessões, bem como o acesso a um fórum virtual para tirarem suas dúvidas e partilharem suas experiencias com os outros participantes.

Em virtude do momento delicado que passamos e a necessidade das famílias, o curso terá valor promocional de R$ 85,00 pelas dez sessões, que acontecerão todas as quintas-feiras, a partir do dia 21 de maio, às 18h.

O curso será ministrado pela Diretora Clínica da Casulo Comportamento e Saúde, Mylena Pinto Lima, e pela Terapeuta líder Geisiely de Paulo de Souza. Será emitido de certificado de 10h após a conclusão do curso.

Para realizar a inscrição você deve realizar os seguintes passos:

1. Realizar um depósito no valor de R$ 85,00 na conta:

Banco: 756 – Bancoob/Sicoob
Agência/Cooperativa: 3007
Conta: 74.729-7
CNPJ: 28.567.656.0001-00
Razão Social: Casulo Comportamento e Saúde Ltda;

2. Enviar um e-mail para casulocsads@gmail.com com o COMPROVANTE DE PAGAMENTO e seus dados pessoais;

3. Você receberá um e-mail de confirmação e instruções para acesso as aulas ao vivo pela plataforma Zoom e para o acesso as aulas gravadas e materiais complementares;

Mais informações através do e-mail: casulocsads@gmail.com

Uma das maiores preocupações de organizações e profissionais que cuidam da qualidade do tratamento de pessoas com autismo no mundo é a garantia de diretrizes mínimas para que o tratamento seja feito de modo apropriado. Ou seja, uma prática ética responsável da Análise Aplicada do Comportamento (Applied Behavior Analysis – ABA) para promover o tratamento efetivo de pessoas com TEA, com o objetivo de garantir que essas pessoas possam desenvolver seu potencial de forma plena.

Essas diretrizes que guiam o tratamento ABA são estabelecidas por organizações como a Behavior Analyst Certification Board, organização internacional que credencia profissionais qualificados para aplicarem a Ciência ABA.

A Dra. Mylena Lima explica que hoje existem amplas pesquisas científicas que estabelecem essas diretrizes mínimas para um tratamento de qualidade, seja no momento da terapia, da supervisão dos tratamentos ou dos treinos parentais.

Essas diretrizes são fundamentais porque a Terapia ABA trabalha com as especificidades de cada criança, por isso, é importante estabelecer padrões mínimos de atendimento e acompanhamento. Dessa forma, inúmeros ajustes no tratamento são necessários para acompanhar o desenvolvimento das crianças, seja por mudanças de contexto, ambientais ou comportamentos específicos.

Além disso, sendo a Análise do Comportamento Aplicada uma ciência baseada em resultados científicos e estudos extensos, o tratamento efetivo em ABA deve se basear nesses estudos e ser supervisionado por profissionais altamente capacitados que possam acompanhar e avaliar as necessidades de cada pessoa atendida.

Tratamento errado mais atrapalha que ajuda

Segundo a Dra. Mylena Lima, um tratamento ABA feito por pessoas não qualificadas pode prejudicar o desenvolvimento de crianças com autismo, isso acontece caso o tratamento não tenha o efeito ou tenha um efeito negativo.

Caso o tratamento seja inócuo, ou seja, não tenha o efeito esperado, ele pode ser uma perda de tempo, esforço e recursos dos pais e das crianças, prejudicando a intervenção precoce.

Isso acontece porque durante a infância o cérebro humano é mais neuroplástico, ou seja, tem mais capacidade de se adaptar e aprender a partir de novas experiencias. Caso a criança com autismo não tenha um tratamento efetivo nesse período, suas possibilidades de aprender repertórios básicos que serão importantes no seu desenvolvimento ficam prejudicadas e ela precisará de mais terapia para desenvolver essas habilidades no futuro.

Um tratamento ABA feito por pessoas não qualificadas também pode ter efeitos negativos. Se os sintomas do autismo e os comportamentos são tratados de modo inapropriados, você pode observar uma piora nesses sintomas e comportamentos e um comprometimento no desenvolvimento daquela pessoa.

Por isso, é tão importante que o tratamento esteja de acordo com as diretrizes e seja feito por profissionais qualificados e com um suporte apropriado, sempre baseado em evidências e estudos científicos reconhecidos pela comunidade acadêmica.

É difícil encontrar alguém que não goste de sair para jantar em um lugar diferente. Afinal essa é uma ótima forma de interação lazer e de propiciar uma maior interação familiar. Entretanto, para famílias com crianças com TEA, fazer refeições fora podem não ser tão simples assim.

O ambiente diferente, com múltiplos estímulos e com muitas pessoas diferentes ao redor, pode rapidamente se tornar extremamente estressante para um indivíduo dentro do espectro.

Não são raros os exemplos de famílias com crianças com autismo que, por conta de experiências ruins em restaurantes, simplesmente deixaram de frequentar esses locais. O que pode ser muito frustrante para todas as pessoas dentro do seio familiar, inclusive para o indivíduo com TEA.

Mas há formas de fazer com que esse momento se torne mais prazeroso para todos os envolvidos.

Por exemplo, antes de levar seu filho ou filha a um restaurante de verdade, que tal fazer alguns testes em casa, como uma saída de mentirinha? Isso pode ajudar a familiarizar a criança com a experiência. Para isso, uma boa ideia é seguir alguns passos:

1- Pratique a experiência de comer fora desde o seu início, desde o processo de escolha do cardápio (quem sabe nesse dia ter mais de uma opção para o jantar para que fique mais real?) até o processo de pedir e esperar pela comida.

2- Enquanto seu filho ou filha espera pela comida, é importante que ele ou ela fique sentado(a) durante esse momento. Por isso, tente dar um passatempo calmo e silencioso para que ela possa se distrair enquanto isso. Muitos restaurantes oferecem giz de cera e desenhos para colorir para as crianças, por exemplo. Lembre-se de apresentar uma atividade que poderá ser usada em um restaurante de verdade no futuro.

3- Faça um ensaio em um estabelecimento mais simples e rápidos: um local de fast food ou um self-service. Sim, a experiência é um pouco diferente e mais rápida, mas ajudará a pavimentar o caminho para gerenciar uma refeição em um restaurante típico no futuro.

Chegou o momento de ir a um restaurante propriamente dito? Tente fazê-lo após a abertura ou durante o horário mais lento. Isso significa menos gente, menos barulho e, consequentemente, menos estresse para a criança e para você.

Planeje bem, planeje sempre

Uma estratégia bem-sucedida ao lidar com uma rotina desconhecida é preparar o indivíduo com TEA com antecedência. A preparação pode reduzir bastante a ansiedade em ambientes desconhecidos e ajuda a pessoa a saber o que esperar.

Tire um tempo para planejar e preparar-se para sair para comer, considerando as seguintes perguntas:

– Onde vocês vão?
– É um ambiente superestimulante?
– A criança ou o indivíduo com TEA já esteve lá antes?
– Quanto tempo você terá que esperar por um assento?
– A que hora do dia você vai?
– Você pode fazer uma reserva?
– Quais tipos de alimentos (que a criança ou o indivíduo com TEA gosta) eles servem?
– Você pode imprimir o menu em casa?
– Você marcou o evento como especial no calendário?

Tem alguma experiência bem-sucedida? Conte-nos nos comentários!

Texto adaptado do site Autism Speaks 

Essa é uma pergunta comum, com uma resposta complicada, porque pode haver muitas variações de como e quando os sintomas do autismo se tornam aparentes. Nunca é cedo para uma avaliação geral do desenvolvimento.

Pediatras podem identificar atrasos no desenvolvimento em bebês e crianças pequena. Muitos desses atrasos – incluindo os atrasos de linguagem e sociais associados ao autismo – podem ser identificados aos 18 meses, se não antes.

Quanto ao autismo, estudos demonstram que os sinais comportamentais podem começar a surgir em 6 a 12 meses. No entanto, a maioria dos profissionais especializados no diagnóstico do distúrbio não tentará fazer um diagnóstico definitivo até 18 meses. Isso ocorre porque os sintomas do autismo podem continuar a surgir – ou desaparecer – até cerca de 24 meses. Naquele momento, dizemos que um diagnóstico de autismo tende a se tornar “estável”.

Como ilustração, considere o exemplo de uma criança que cumpre todos os seus marcos de desenvolvimento aos 18 meses, mas depois começa a perder habilidades, ou “regredir”. Em outras palavras, o autismo não pode ser descartado aos 18 meses. Por outro lado, alguns bebês mostram sinais e atrasos precoces, mas depois alcançam seus pares em 24 meses.

Dito isto, algumas crianças podem ser diagnosticadas antes dos 24 meses. Também é importante lembrar que muitas crianças com autismo de alto funcionamento não são diagnosticadas até entrar na escola e começar a ter dificudades sociais socialmente.

Confie no seu instinto

Importante notar que muitas vezes os pais conseguem captar os primeiros sinais de autismo. Portanto, se você estiver preocupado, peça ao seu médico um encaminhamento para um pediatra ou psicólogo do desenvolvimento especializado no distúrbio.

Mesmo que seu filho seja jovem demais para ser avaliado quanto ao autismo, você ainda pode solicitar uma avaliação por atrasos no desenvolvimento. Entre em contato conosco e agende uma consulta!

Fonte: Autism Speaks (com alterações)