Nós falamos muito por aqui sobre a importância de um tratamento de qualidade, baseado em evidências científicas, para o desenvolvimento de crianças e adolescentes com TEA. Mas quando recebem o diagnóstico, muitas famílias ficam perdidas na busca por esse tratamento e, com a proliferação de tratamentos sem nenhum tipo de base científica e promessas miraculosas na internet, muitas vezes é difícil identificar um tratamento realmente eficaz.
Nós, aqui na Casulo Comportamento e Saúde, sabemos que o único tratamento com evidências científicas para o TEA é a Análise Aplicada do Comportamento, mais conhecida como Terapia ABA. Por isso, entrevistamos especialistas na área para compreender como verificar a qualidade de um serviço.
Para a Dra. Liliane Rocha, DBH, BCBA, QBA, é necessário se atentar para três pontos iniciais na hora de buscar profissionais em ABA: uma formação do profissional adequada, um treinamento em ABA feito por profissionais também qualificados para isso e experiência naquela função que ele está executando.
A analista do comportamento explica que, muitas vezes, profissionais recém-formados e que não tiveram experiência suficiente assumem funções como a de supervisor nessa equipe, e pela falta de experiência, podem acabar prejudicando o tratamento.
A Dra. Ana Arantes, BCBA, QBA, também destaca o papel da formação profissional de toda a equipe que vai atuar naquele tratamento, e sugere que os pais façam muita pesquisa, recebam as indicações e peçam os currículos dos profissionais antes de fazer uma escolha.
“ABA se faz em equipe, e essa equipe tem que ter uma supervisora de ABA com um currículo sólido e experiência, tem que ter uma coordenadora com especialização na área, tem que ter treinamento constante e atualização”, explica.
Certificação
A Dra. Ana Arantes também sugere que os pais fiquem atentos a certificação de ao menos parte dessa equipe. As certificações são oferecidas por organizações nacionais e internacionais de Análise do Comportamento.
Os profissionais são submetidos a provas, análise de currículo e outras etapas, que avaliam se sua formação e experiência atende aos parâmetros mínimos para exercício da profissão de analista do comportamento.
Como não há hoje no Brasil nenhuma legislação que regulamente a profissão de Analista do Comportamento, as certificações são importantes para que quem procura um serviço em ABA, possa ter a garantia de que aquele profissional cumpriu os requisitos mínimos estabelecidos por organizações reconhecidas.
“A certificação garante que essa profissional tem a formação academia, a formação teórico-técnica suficiente para prestar o serviço em ABA, ela garante que essa pessoa passou por um período mínimo de supervisão com um profissional adequado, e ela garante que essas profissionais estejam sempre atualizadas na área”, explica Ana.
Dra. Liliane Rocha explica que a certificação por si só não garante um profissional de qualidade, mas garante que a pessoa atende aos padrões estabelecida por aquela comunidade para realizar aquele serviço: “Ela vai garantir que você tem o treinamento básico, passou por um treinamento de supervisão e tem as condições mínimas para oferecer um serviço padrão”.
O advogado Luis Filipe Quemelli Bussular explica que, do ponto de vista jurídico, a certificação trás segurança para as famílias e garante que aqueles profissionais estão aptos para exercer sua função.
“Independente de obrigatoriedade, a certificação é a confirmação de que o profissional prestador do serviço passou por uma criteriosa avaliação de qualificação e desempenho que o atestou apto para prestação de serviço com excelência”, completa o advogado.
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