Não adianta negar, todo pai e mãe em algum momento já se deparou com a famigerada pirraça. Lidar da melhor forma com esse comportamento comum entre qualquer criança em desenvolvimento é difícil. Quando se trata de crianças com TEA, o desafio pode ser ainda maior. Por isso, conversamos com a Diretora Clínica da Casulo Comportamento e Saúde, Mylena Lima, sobre o que é e como lidar com a pirraça das crianças. Veja abaixo!
O que é a pirraça?
O que comumente identificamos como pirraça, dentro da análise do comportamento nós chamamos “comportamentos difíceis”. Geralmente estão relacionados à história de aprendizagem das crianças. Ao conviver com as pessoas, algumas oportunidades de aprendizagem ocorrem. Dentro disso, as crianças podem aprender tanto a cooperar quanto a demonstrar uma série de comportamentos difíceis em algumas situações.
A pirraça está relacionada à motivação da criança a ter acesso à diferentes coisas (geralmente a atenção do adulto, uma atividade prazerosa ou de lazer, uma guloseimas), mas ela tem dificuldades de solicitá-las adequadamente.
Em qualquer situação que o comportamento difícil ocorra, ela precisa ser manejada de forma apropriada. Claro que cada criança terá um tipo ou uma razão pelo qual faz a pirraça. E para entender as razões os pais precisam, primeiro, entender quais as funções do comportamento.
Essa, inclusive, é uma das funções dos treinos de parentalidade: aprender a como identificar as funções de comportamento. Assim, tendo o suporte de um analista do comportamento, os pais podem identificar as melhores estratégias para lidar com a criança.
O que fazer?
De forma geral, algo importante a se fazer é ensinar as crianças a comunicar o que elas querem de um modo apropriado, seja utilizando a própria voz, usando figuras ou imagens, sinais, etc. O importante é que a criança consiga comunicar o que ela quer naquele momento.
A criança precisa aprender algumas estratégias de comunicação. Ela precisa saber comi dizer que ela não quer fazer alguma coisa, indicar um desconforto, a vontade de fazer uma atividade, de dizer não, quando quer atenção… Enfim, ela precisa aprender a se comunicar de modo funcional para que reduza a necessidade que ela sente de fazer a pirraça.
Por isso, o ensino de habilidade de comunicação é muito útil para quando a criança está aprendendo a solicitar de modo apropriado. Essas habilidades previnem os comportamentos difíceis, pois servem como ferramentas sociais para que ela comunique o que está sentindo ou desejando.
Lembre-se que os problemas de comportamento precisam ter sua função identificada para que a apropriada forma de manejo comportamental seja feita.
Além disso, quando a situação colocada pela criança passa a ser mais intensa ou arriscada, então é importante que os pais recebam ajuda de um analista de comportamento devidamente treinado e capacitado para ajuda-los a encontrar a melhor estratégia para lidar com a pirraça.
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