Uma das maiores preocupações de organizações e profissionais que cuidam da qualidade do tratamento de pessoas com autismo no mundo é a garantia de diretrizes mínimas para que o tratamento seja feito de modo apropriado. Ou seja, uma prática ética responsável da Análise Aplicada do Comportamento (Applied Behavior Analysis – ABA) para promover o tratamento efetivo de pessoas com TEA, com o objetivo de garantir que essas pessoas possam desenvolver seu potencial de forma plena.
Essas diretrizes que guiam o tratamento ABA são estabelecidas por organizações como a Behavior Analyst Certification Board, organização internacional que credencia profissionais qualificados para aplicarem a Ciência ABA.
A Dra. Mylena Lima explica que hoje existem amplas pesquisas científicas que estabelecem essas diretrizes mínimas para um tratamento de qualidade, seja no momento da terapia, da supervisão dos tratamentos ou dos treinos parentais.
Essas diretrizes são fundamentais porque a Terapia ABA trabalha com as especificidades de cada criança, por isso, é importante estabelecer padrões mínimos de atendimento e acompanhamento. Dessa forma, inúmeros ajustes no tratamento são necessários para acompanhar o desenvolvimento das crianças, seja por mudanças de contexto, ambientais ou comportamentos específicos.
Além disso, sendo a Análise do Comportamento Aplicada uma ciência baseada em resultados científicos e estudos extensos, o tratamento efetivo em ABA deve se basear nesses estudos e ser supervisionado por profissionais altamente capacitados que possam acompanhar e avaliar as necessidades de cada pessoa atendida.
Tratamento errado mais atrapalha que ajuda
Segundo a Dra. Mylena Lima, um tratamento ABA feito por pessoas não qualificadas pode prejudicar o desenvolvimento de crianças com autismo, isso acontece caso o tratamento não tenha o efeito ou tenha um efeito negativo.
Caso o tratamento seja inócuo, ou seja, não tenha o efeito esperado, ele pode ser uma perda de tempo, esforço e recursos dos pais e das crianças, prejudicando a intervenção precoce.
Isso acontece porque durante a infância o cérebro humano é mais neuroplástico, ou seja, tem mais capacidade de se adaptar e aprender a partir de novas experiencias. Caso a criança com autismo não tenha um tratamento efetivo nesse período, suas possibilidades de aprender repertórios básicos que serão importantes no seu desenvolvimento ficam prejudicadas e ela precisará de mais terapia para desenvolver essas habilidades no futuro.
Um tratamento ABA feito por pessoas não qualificadas também pode ter efeitos negativos. Se os sintomas do autismo e os comportamentos são tratados de modo inapropriados, você pode observar uma piora nesses sintomas e comportamentos e um comprometimento no desenvolvimento daquela pessoa.
Por isso, é tão importante que o tratamento esteja de acordo com as diretrizes e seja feito por profissionais qualificados e com um suporte apropriado, sempre baseado em evidências e estudos científicos reconhecidos pela comunidade acadêmica.
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