As estereotipias estão entre as características principais do Transtorno do Espectro do Autismo e são uma grande preocupação de familiares e cuidadores de pessoas neurodiversas. No entanto, do ponto de vista da análise do comportamento, as estereotipias são um dos sinais do autismo, e não serão, necessariamente, um impeditivo para o desenvolvimento.

Existem dois tipos mais comuns de comportamentos estereotipados, os vocais e os motores. Mas eles podem se apresentar de diversas maneiras: gestos envolvendo a coordenação motora fina, como movimentos envolvendo os dedos e as mãos; repetições de sons, palavras ou frases logo após serem faladas ou emitidas e o uso de experiências sensoriais, como cheirar ou tocar objetos e pessoas são algumas das manifestações mais comuns.

De acordo com a Dra. Mylena Lima, as estereotipias costumam aparecer quando as crianças estão focadas em uma atividade (assistir um filme ou realizar uma tarefa acadêmica), em momentos que ela está entediada e não tem estímulos apropriados, ou quando a criança está se sentindo ansiosa, alegre ou superestimulada.

Quando é necessário intervir?

Em alguns casos, as estereotipias podem causar prejuízos no desenvolvimento infantil. Esses prejuízos correm especialmente quando o indivíduo apresenta poucas habilidades em várias áreas do desenvolvimento e muitos comportamentos relacionados a interesses e atividades restritas.

“Existe grande preocupação dos pais com relação a estereotipia, e muitas vezes analistas do comportamento são solicitados a programar estratégias para sua redução. De fato, é um comportamento que pode chamar a atenção para o modo diferente da criança se comportar e isto pode trazer preocupações acerca da inclusão social. Mas muitos autistas argumentam que as estereotipias não devem ser eliminadas, porque são parte do modo de ser dessas pessoas”, explica.

O artigo “Phonic and Motor Stereotypies in Autism Spectrum Disorder: Video Analysis and Neurological Characterization” (Lanzarini et al., 2021) aponta que cerca de 80% das crianças com TEA vão apresentar estereotipias, mas a Dra. Mylena pontua que as estereotipias não vão acontecer apenas em indivíduos com autismo, ela também pode ser observada em indivíduos neurotípicos. “Todos nós demostramos comportamentos estereotipados”, explica.

No entanto, a Dra. Mylena também ressalta que os comportamentos estereotipados em pessoa com TEA também podem, em alguns casos, trazer prejuízos  ao desenvolvimento infantil e que é compreensível que sejam uma fonte de muita angústia para os pais.

“Do ponto de vista do analista do comportamento, se a estereotipia não é uma barreira para o desenvolvimento infantil, nós não temos necessidade de reduzir esse comportamento. Por outro lado, a gente precisa sempre buscar estratégias para facilitar o desenvolvimento desse indivíduo”, pontua.

A Dra. Mylena ainda ressalta que é muito importante escutar a comunidade da neurodiversidade e que o papel do analista do comportamento não é o de eliminar ou “tratar” o autismo, mas sim possibilitar os indivíduos a entrar em contato com um ambiente em que ele possa fazer escolhas em busca de mais saúde e qualidade de vida.

 

Referência:

LANZARINI, Evamaria et al. Phonic and Motor Stereotypies in Autism Spectrum Disorder: Video Analysis and Neurological Characterization. Brain Sci, 2021 Mar 28;11(4):431.

Com o aumento da conscientização sobre o autismo, também tem aumentado a quantidade de diagnósticos e busca por profissionais e tratamentos adequados. No entanto, muitas vezes, ao identificar os sinais do autismo nas crianças, os pais se sentem perdidos na hora de buscar profissionais e informações qualificadas.

O diagnóstico de autismo pode ser feito por médicos e psicólogos. Para um diagnóstico preciso, é importante buscar por profissionais adequados. Isto pode ser feito consultando associações, conselhos e checando a plataforma lattes do CNPq.

Tudo isto para confirmar se o profissional concluiu a formação acadêmica mínima requerida, tem especialização para atuar com autismo e doenças relacionadas e tem registro ativo no conselho profissional da região em que quer atuar. Essa pesquisa deve também deve ser feita na hora de buscar profissionais para as terapias.

O diagnóstico do autismo deve ser realizado através de protocolos e métodos cientificamente validados, um desses protocolos é o M-CHAT, um instrumento de rastreamento precoce de autismo, que visa identificar indícios desse transtorno em crianças entre 18 e 24 meses.

Quanto antes autismo for percebido, maior será o sucesso dos tratamentos. Em geral, os pais e familiares são os primeiros a identificar alterações no desenvolvimento das crianças. Entretanto, é fundamental procurar um profissional qualificado que possa fazer um diagnóstico preciso. Entre os principais sintomas do autismo, estão:

  • Dificuldade de manter contato visual;
  • Ausência de interação com mãe durante a amamentação;
  • Andar na ponta dos pés;
  • Ser extremamente sensível a estímulos táteis, auditivos ou visuais;
  • Dificuldades ou atraso no desenvolvimento da fala;
  • Dificuldade para interagir socialmente: se isolar e não interagir com outras crianças, mesmo em ambientes com outras pessoas;
  • Não atender quando chamados pelo nome, não olhar quando apontamos para algum objeto ou compartilhar interesse e atenção;
  • Separar e alinhar objetos por cor, tamanho ou categoria;
  • Manter comportamentos repetitivos e estereotipados sem finalidade aparente, com bater palmas, estalar os dedos, balançar o corpo ou as mãos;
  • Repetir frases ou palavras em momentos inadequados, sintoma chamado de ecolalia;
  • Girar objetos ou olhar por longos períodos para objetos que giram, como ventiladores ou máquinas de lavar roupa;
  • Ter dificuldade de pensar de forma abstrata, não brincar de faz-de-conta ou fantasia;
  • Não acompanhar os acontecimentos a sua volta, por exemplo, não olhar quando um objeto cai no chão ou se assustar quando alguém grita;
  • Não brincar com os brinquedos de forma convencional, como jogar uma boneca como se fosse uma bola ou se focar em apenas uma parte do brinquedo, como as rodinhas de um caminhão.

A Casulo Comportamento e Saúde conta com uma equipe qualificada que faz uso desses protocolos para realizar a avaliação precoce e diagnostico do autismo.

Além disso, é importante lembrar que melhor será o resultado das intervenções, caso a criança tenha acesso a tratamento cientificamente validado. Terapias sem evidência científica tem pouco ou nenhum resultado e podem agravar os problemas relacionados ao autismo.

Uma decisão liminar concedida pela Justiça Federal em São Paulo determinou na semana passada que os que os planos de saúde no estado devem cobrir integralmente o tratamento de pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA).

A ação foi movida pelo Ministério Público Federal (MPF) e estabelece que os planos sejam proibidos de fixar um número limite para consultas e tratamentos, cabendo exclusivamente aos profissionais de saúde determinar quantos atendimentos são necessários para cada indivíduo com autismo.

De acordo com o G1: “Segundo o juiz, o acompanhamento profissional especializado de pacientes com autismo desde os primeiros meses de vida é essencial para o futuro dessas pessoas e, portanto, a limitação do tratamento e do número de consultas feita pelos planos de saúde em São Paulo representa danos a elas”.

Essa decisão atinge apenas o estado de São Paulo e é liminar, então ainda segue na Justiça, mas já significa um avanço na garantia de um tratamento acessível. De acordo com o advogado Luis Filipe Quemelli Bussular, no Espírito Santo, para que as crianças tenham acesso as terapias recomendadas através dos planos de saúde, é necessário que as famílias entrem com ações individuais na Justiça.

O advogado explica que decisões como essa já foram tomadas em outros estados brasileiros e que agora esse tipo de ação precisa se espalhar pelo país, para que as famílias já tenham o direito de ter todos os tratamentos e terapias recomendadas cobertos pelos planos de saúde.

“O próprio STJ já definiu que essa limitação é irregular. Agora cabe aos Ministérios Públicos e Defensorias Públicas entrarem com essas ações coletivas, para que todos tenham acesso aos efeitos dessa decisão”, completa o advogado.

A decisão de São Paulo tem carater liminar e a ação segue tramitando na Justiça. Nossa torcida é para que o tratamento efetivo e baseado em evidências seja cada vez mais acessível, para todos!

Nós falamos muito por aqui sobre a importância de um tratamento de qualidade, baseado em evidências científicas, para o desenvolvimento de crianças e adolescentes com TEA. Mas quando recebem o diagnóstico, muitas famílias ficam perdidas na busca por esse tratamento e, com a proliferação de tratamentos sem nenhum tipo de base científica e promessas miraculosas na internet, muitas vezes é difícil identificar um tratamento realmente eficaz.

Nós, aqui na Casulo Comportamento e Saúde, sabemos que o único tratamento com evidências científicas para o TEA é a Análise Aplicada do Comportamento, mais conhecida como Terapia ABA. Por isso, entrevistamos especialistas na área para compreender como verificar a qualidade de um serviço.

Para a Dra. Liliane Rocha, DBH, BCBA, QBA, é necessário se atentar para três pontos iniciais na hora de buscar profissionais em ABA: uma formação do profissional adequada, um treinamento em ABA feito por profissionais também qualificados para isso e experiência naquela função que ele está executando.

A analista do comportamento explica que, muitas vezes, profissionais recém-formados e que não tiveram experiência suficiente assumem funções como a de supervisor nessa equipe, e pela falta de experiência, podem acabar prejudicando o tratamento.

A Dra. Ana Arantes, BCBA, QBA, também destaca o papel da formação profissional de toda a equipe que vai atuar naquele tratamento, e sugere que os pais façam muita pesquisa, recebam as indicações e peçam os currículos dos profissionais antes de fazer uma escolha.

“ABA se faz em equipe, e essa equipe tem que ter uma supervisora de ABA com um currículo sólido e experiência, tem que ter uma coordenadora com especialização na área, tem que ter treinamento constante e atualização”, explica.

Certificação

A Dra. Ana Arantes também sugere que os pais fiquem atentos a certificação de ao menos parte dessa equipe. As certificações são oferecidas por organizações nacionais e internacionais de Análise do Comportamento.

Os profissionais são submetidos a provas, análise de currículo e outras etapas, que avaliam se sua formação e experiência atende aos parâmetros mínimos para exercício da profissão de analista do comportamento.

Como não há hoje no Brasil nenhuma legislação que regulamente a profissão de Analista do Comportamento, as certificações são importantes para que quem procura um serviço em ABA, possa ter a garantia de que aquele profissional cumpriu os requisitos mínimos estabelecidos por organizações reconhecidas.

“A certificação garante que essa profissional tem a formação academia, a formação teórico-técnica suficiente para prestar o serviço em ABA, ela garante que essa pessoa passou por um período mínimo de supervisão com um profissional adequado, e ela garante que essas profissionais estejam sempre atualizadas na área”, explica Ana.

Dra. Liliane Rocha explica que a certificação por si só não garante um profissional de qualidade, mas garante que a pessoa atende aos padrões estabelecida por aquela comunidade para realizar aquele serviço: “Ela vai garantir que você tem o treinamento básico, passou por um treinamento de supervisão e tem as condições mínimas para oferecer um serviço padrão”.

O advogado Luis Filipe Quemelli Bussular explica que, do ponto de vista jurídico, a certificação trás segurança para as famílias e garante que aqueles profissionais estão aptos para exercer sua função.

“Independente de obrigatoriedade, a certificação é a confirmação de que o profissional prestador do serviço passou por uma criteriosa avaliação de qualificação e desempenho que o atestou apto para prestação de serviço com excelência”, completa o advogado.

O mês de abril é reconhecido internacionalmente como o Mês da Conscientização do Autismo. O objetivo desse período é dar visibilidade ao TEA, discutir práticas e legislações que garantam tratamento efetivo universal.

E por isso, é fundamental falarmos sobre a inclusão social. Ou seja, o conjunto de práticas e ações que combatem toda e qualquer forma de exclusão da vida em sociedade, motivadas por diferenças sociais e preconceitos dos mais diversos.

Muitas vezes, seja por desinformação ou preconceito, pessoas com TEA e suas famílias são continuamente excluídas de momentos de interação social, como confraternizações na escola, festas de família, celebrações, viagens etc.

Ainda existe o senso comum de que pessoas com autismo são antissociais, não gostam de estar próximos de outras pessoas e não sentem o isolamento. Mas isso não é verdade, as pessoas com TEA são diversas e, ainda que tenham algumas dificuldades na interação social, devem sim fazer parte da comunidade e se relacionarem com seus pares.

Promover a inclusão é uma tarefa diária e para praticá-la não é necessário ser profissional de saúde ou familiar. É no dia a dia que criamos oportunidades para que todas as pessoas, independentemente das suas diferenças, possam se sentir parte de uma comunidade e exercer seus direitos.

Por isso, separamos uma série de dicas dos nosso profissionais. Vamos praticar a inclusão?

Se você vai convidar a família de uma criança ou adolescente com TEA para uma confraternização:

• Pergunte se a criança/adolescente tem alguma restrição alimentar e esteja atento;

•Promova a socialização das crianças/adolescentes neurotípicas, ensinando que existe várias formas de ser e se comportar;

•Os pais sempre sabem o tempo de tolerância de seus filhos, caso eles decidam ir embora, respeitem a decisão e substituam frases de “já vão?” por “compreendemos, teremos mais oportunidades!”

•Se a criança estiver apresentando comportamentos disruptivos, chame o responsável imediatamente e evite dar opiniões ou conversar com a criança nesse momento. Ofereça um lugar seguro e tranquilo para que possam se dirigir.

•Caso a criança/adolescente tenha questões sensoriais auditivas, é importante verificar volumes de som, para que seja agradável a todos;

Se você tem um vizinho, conhecido ou quer garantir um ambiente mais agradável para todos:

•Evitar sons/músicas muito altas;

•Fogos de artifício também não são legais;

•Evitar comentários sobre a condição da criança. Substitua “Que pena que ele não fala ainda” por “Você pode me explicar mais sobre o atraso na fala?”

•Ofereça ajuda aos pais caso necessário, caso recusem, não insista;

•Ao encontrar uma criança apresentando comportamentos disruptivos (birra, choro), chame o responsável, se eles já estiverem presentes, não seja uma plateia, continue seu caminho sem interferir.

Na física, espectro pode se referir a um conjunto de raios coloridos que são resultado da decomposição da luz, como o arco-íris. Mas de forma geral, espectro é um conjunto de elementos que formam uma totalidade.

No autismo, o espectro se refere a ampla variedade de habilidades e dificuldades que juntas caracterizam o TEA. O autismo não é único e nem estático, e as pessoas com autismo também são diversas, particulares, e aprendem e se desenvolvem todos os dias. Falar do espectro do autismo é falar que todos os indivíduos são diferentes e essas diferenças não devem ser tratadas como uma doença, um problema ou limitação.

As maneiras pelas quais as pessoas com autismo aprendem, pensam e resolvem problemas podem variar muito, e da mesma forma que algumas delas vão ser altamente funcionais em um aspecto da vida, outras podem precisar de mais ajuda em outra área.

E é apenas com um diagnóstico precoce e um tratamento ético e baseado em evidências científicas que essas potencialidades e limitações podem ser exploradas, com respeito as individualidades de cada um.

 

Veja mais: O que é o Autismo

Durante o Mês de Conscientização do Autismo muito tem se falado sobre a neurodiversidade. Mas você sabe a origem e significado desse termo?

A neurodiversidade é se refere a ideia de que diferentes configurações cerebrais – como as dos indivíduos atípicos – não são uma doença a ser tratada ou curada, mas são diferenças que devem ser respeitadas como todas as outras.

Esse termo foi criado pela socióloga australiana e portadora da síndrome de Asperger Judy Singer, em 1999. Assim, o autismo, TDAH e outras expressões da neurodiversidade são diferenças neurológicas e as pessoas neurodiversas devem ser respeitadas em suas individualidades.

As maneiras pelas quais as pessoas com autismo aprendem, se comunicam e agem são múltiplas e as terapias e intervenções devem ser realizadas levando em consideração essas individualidades, sempre buscando promover mais qualidade de vida para a pessoa.

Na neurodiversidade, o conjunto de dificuldades e habilidades próprios de um individuo atípico não são algo a ser combatido por princípio. Os comportamentos devem ser avaliados por profissionais qualificados, e as intervenções devem ser feitas com a intenção de ampliar a gama de habilidades da pessoa, promover independência e interação social, e não para “normalizar”, “curar” ou para que alguém “deixe de ser autista”.

Algumas pessoas com TEA podem precisar de apoio significativo em suas vidas diárias, enquanto outras podem precisar de menos apoio e, em alguns casos, viver de forma totalmente independente. É por isso que um apoio individualizado e multidisciplinar é tão importante.

Com a ajuda de profissionais qualificados e orientados por práticas baseadas em evidências científicas, o indivíduo com TEA e seus familiares podem aprender as ferramentas corretas para lidar com as dificuldades, explorar as potencialidades e viver de forma mais plena.

Inserir novas rotinas de atividades diárias pode ser algo desafiador aos pais de qualquer criança. No caso das crianças dentro do espectro, em que a ideia de rotina muitas vezes precisa ser trabalhada com mais atenção, essa dificuldade pode ser ainda maior.

Por isso, seguem sete dicas de como tornar mais fácil e confortável a escovação de dente para a sua criança.

1- Use uma escova de dentes que seja do tamanho certo para a boca de sua criança.
Isso vale para todas as crianças, afinal a eficiência da escovação vai ser influenciada também pelo tamanho das escovas dentais. No caso de crianças autistas essa escolha é muito mais relevante. Afinal, queremos que a criança se sinta o mais confortável possível ao fazer a higiene bucal. Isso facilitará que a atividade seja incorporada na rotina da criança.

2- Use um timer para mostrar à criança quanto tempo será suficiente para parar a escovação.
Ter uma noção de quanto tempo durará essa atividade facilitará a inserção da escovação de dentes na rotina diária.

3- Crie um material bem visual para mostrar cada passo da escovação dos dentes. Você pode pontuar com algum tipo de sinal também visual a cada passo bem feito da escovação.
Com o passo a passo a criança entenderá melhor todos os processos de escovação. Além disso, o método divide uma grande tarefa em várias “pequenas tarefas”, o que ajuda no engajamento da criança na atividade.

4- Mostre à criança como você escova os próprios dentes.
Tendo você como exemplo, ela terá uma melhor noção de como realizar a escovação da maneira correta.

5- Pratique aos poucos, cada passo. Comece encostando a escova de dentes nos lábios da criança ou suavemente nos dentes. A partir disso, comece a escovação aos poucos.
Lembre-se que a resistência à escovação geralmente passa por uma hipersensibilidade. O toque da escova, a leve ardência da pasta de dente, a sensação da espuma na boca… tudo isso pode criar sensações estranhas e desconfortáveis para as crianças autistas. Fazer com que esses estímulos sejam criados aos poucos facilitará a realização da tarefa.

6- Ajude a criança a escolher o sabor da pasta de dente que ela gosta.
Além de fazer a criança se sentir pertencente ao “ritual” da escovação dos dentes, isso também pode ajudar com a questão da sensibilidade dita anteriormente. As pastas de dentes voltadas para adultos podem ser muito fortes para crianças, especialmente aquelas dentro do espectro. Em compensação, encontrar um sabor que a criança acha agradável com certeza tornará a atividade mais confortável.

7- A escovação dos dentes não precisa ser feita no banheiro.
Se a criança se sente melhor escovando os dentes no sofá da sala, então por que não abrir essa possibilidade a ela? Neste primeiro momento, o objetivo é inserir na rotina diária a tarefa de escovar os dentes de forma correta.

Os níveis sanguíneos de proteínas associadas ao gene PTEN ligado ao autismo podem influenciar o curso do TEA, de acordo com um novo estudo publicado nos Estados Unidos. Os testes que medem essas moléculas também podem ajudar os médicos a diagnosticar autismo e outras condições neurológicas, e mapear suas trajetórias, dizem os pesquisadores.

De acordo com o investigador principal Thomas Frazier, professor de psicologia da John Carroll University em University Heights, Ohio, a descoberta permite que pesquisadores sejam capazes de fazer previsões clínicas úteis sobre os resultados que podem ajudar a adaptar intervenções mais cedo e ajudar os pacientes e familiares a planejar o que é necessário.

O gene PTEN codifica uma proteína que suprime tumores e, também, influencia as conexões entre os neurônios. Mutações no PTEN estão ligadas não apenas a tumores benignos e vários tipos de câncer, mas também ao autismo e à macrocefalia, ou a uma cabeça invulgarmente grande.

Muito permanece desconhecido, no entanto, sobre porque as mutações PTEN podem afetar pessoas com e sem autismo de forma diferente. Por exemplo, as mutações PTEN são frequentemente associadas a função mental prejudicada em pessoas com TEA, mas não tão frequentemente em pessoas sem autismo, cujas características podem variar amplamente.

No novo estudo, Frazier e seus colegas examinaram como as mutações afetam os níveis sanguíneos não apenas da proteína PTEN, mas também das proteínas com as quais ela interage.

Ligações moleculares

A equipe avaliou os níveis sanguíneos de várias proteínas – bem como quociente de inteligência (QI) e outros fatores relacionados à função mental – em 25 participantes autistas e 16 não autistas com mutações PTEN e macrocefalia, todos com cerca de 9 anos de idade em média. Os pesquisadores também examinaram 20 participantes, com cerca de 14 anos em média, com autismo, macrocefalia e nenhuma mutação PTEN.

Os níveis de proteína PTEN refletem dezenas de funções mentais, descobriram os cientistas. Por exemplo, embora os participantes com mutações PTEN normalmente tivessem os níveis mais baixos da proteína PTEN, aqueles com níveis elevados em todos os três grupos tendiam a ter QIs, memória de trabalho, habilidades de linguagem e outras medidas de habilidades cognitivas mais baixas.

Os participantes com níveis elevados de PTEN podem ter versões abundantes, mas anormais da proteína, sugerem Frazier e seus colegas.

Fonte: Spectrum News. Confira clicando aqui o texto completo em Inglês.

No último fim de semana, cinco Board Certified Behavior Analysts (BCBA) — Liliane Rocha, Ana Arantes, Valeria Parejo, Juliana Gama Dadalto e Amanda Bueno –, que trabalham com o público brasileiro, debateram as várias formas que a Terapia ABA se apresentam no Brasil em um vídeo muito esclarecedor e essencial para todos os profissionais inseridos nessa área de atuação.

No debate, foram levantadas questões éticas preocupantes e as más concepções sobre o uso do ABA em território nacional.

Confira o vídeo no Youtube clicando aqui!