Distúrbios envolvendo a qualidade do sono não são raros nos casos de crianças com autismo. Entre 40% e 80% das crianças dentro do espectro sofrem ou já sofreram com algum tipo de dificuldade para dormir.

Felizmente, na maioria dos casos não é necessária a utilização de medicação. É o que afirma a psiquiatra infantil drª Fernanda Mappa. Segundo ela, uma boa higienização do sono é muitas vezes o suficiente para fazer com que esses distúrbios sejam superados.

Mas afinal, o que é a Higienização do Sono?

Mappa explica que a higiene do sono, nada mais é que o estabelecimento de uma rotina para o sono, que vai incluir três aspectos fundamentais: ambiente, horário e atividades prévias ao sono.

O ambiente do sono deve ser escuro ou com pouca luminosidade, silencioso e com temperatura adequada.

Os horários de dormir e acordar devem ser regulares. Os horários de sesta durante o dia devem ser adequados para a idade e sempre regulares, evitando “soninhos” muito prolongados, quando a criança sabidamente tem dificuldade para iniciar o sono.

As atividades prévias ao sono devem ser consistentes e repetidas para criar a sensação de que aquele momento é do sono, por exemplo: dar um banho, jantar, escovar os dentes, colocar pijama, ligar uma música calma ou contar uma história tranquila e envolvente.

“Algumas crianças, gostam de levar um brinquedo ou um bichinho para a cama, isso não é um problema. Manter uma rotina diária ajuda a criança de um ciclo circadiano de acordo com os hábitos da família”, afirma a psiquiatra.

Mas de nada adianta, a família querer colocar a criança para dormir horas antes do que está acostumada, por exemplo para poder dar conta de alguma atividade extra ou a família querer que a criança durma em um horário em que a casa ainda está muito iluminada ou pouco silenciosa, com vários membros familiares conversando, isso costuma não gerar um ambiente favorável ao sono.

Mappa lembra que, para casos de crianças com TEA baixo funcionamento, além da higiene de sono, soma-se obrigatoriamente medidas comportamentais. “Os princípios básicos das intervenções comportamentais não diferem muito para crianças e adolescentes com autismo. No entanto, a análise aplicada do comportamento (ABA) e a educação baseada nos pais também mostraram melhora nos distúrbios do sono em TEA”, ressalta Mappa.

A existência de distúrbios em indivíduos dentro do Transtorno do Espectro do Autismo não é algo raro. A prevalência varia de estudo para estudo, mas sabe-se que entre 40% e 80% de pessoas com autismo também experienciam ao menos um tipo de distúrbio do gênero.

Pensando nisso, separamos algumas questões que julgamos importantes e pedimos para dois grandes especialistas no assunto: o neuropediatra dr. Thiago Gusmão e a psiquiatra infantil Fernanda Mappa para esclarecer um pouco sobre o tema. O resultado você lê abaixo!

1- Por quê há uma prevalência tão grande de distúrbios do sono em pessoas com TEA? Há uma causa para isso?

Segundo o doutor Thiago Gusmão, os distúrbios de sono são comuns na infância e na adolescência, mas possui uma prevalência ainda maior em indivíduos com Transtorno do Espectro do Autismo. Em geral, são provocados por uma ansiedade diurna que leva a um descontrole comportamental. Como consequência, é possível experimentar dificuldades de iniciar o sono, insônia em si e/ou fragmentação do sono (quando a pessoa acorda várias vezes durante a noite) dificultando-a a chegar no sono profundo. Aliás, a noite mal dormida é, por si só, uma das causas da própria ansiedade diurna, formando um ciclo vicioso.

Entretanto, além da questão comportamental, também há um fator fisiológico. Estudos comprovam que as crianças com autismo tendem a ter uma deficiência no metabolismo da melatonina.

A melatonina é uma substância que o nosso corpo produz para induzir o sono. Em geral, ela começa a entrar na corrente sanguínea entre duas e três horas depois que o sol se põe. Esses estudos mostram que em muitos indivíduos com TEA existe um metabolismo mais baixo que o normal e, como consequência, menos melatonina é liberada no sangue.

Além disso, completa a doutora Fernanda Mappa, algumas situações clínicas têm sido estudadas como possíveis causas de problemas de sono em crianças com TEA. “A ferritina reduzida e aumento dos movimentos periódicos dos membros no sono (síndrome das pernas inquietas)”. Ainda segundo a doutora, convulsões e distúrbios gastrointestinais (como diarréia) também podem causar despertares frequentes, privação de sono e interrupção no ciclo do sono

2- Quais dos distúrbios do sono são mais comuns em crianças dentro do espectro? Quais são os tratamentos para esses distúrbios?

Segundo Gusmão, entre os distúrbios de sono que chamamos de benignos, os mais comuns entre crianças com autismo são terror noturno, sonambulismo, insônia, sonilóquio (quando a pessoa fala dormindo) e bruxismo. “Novamente, todos esses distúrbios são inerentes à infância, porém potencializados na criança dentro do espectro”.

Sobre o tratamento, ele afirma que em geral, o tratamento principal é não medicamentoso. Nesse sentido, o mais importante é criar uma rotina que facilite a indução do sono de forma natural, ajudando o nosso corpo a produzir a melatonina. Chamamos isso de “higienização do sono”, que é o processo de ficar com a iluminação mais baixa, deixar o ambiente mais silencioso, evitar atividades intensas durante a noite… Enfim, diminuir o ritmo da casa.

A princípio esse processo de higienização parece simples, mas é uma das etapas mais difíceis de se colocar em prática, porque mexe com a dinâmica e a rotina da casa e da família.

Depois que isso tudo foi feito, se os distúrbios persistirem e esteja ocorrendo um claro prejuízo social, escolar ou nas terapias, aí então passamos para o tratamento medicamentoso. Ainda assim, dando absoluta preferência à melatonina, que é considerado um tratamento mais fisiológico.

Veja mais sobre higienização do sono, clicando aqui!

3- Como esses distúrbios podem interferir no desenvolvimento infanto-juvenil?

De acordo com Mappa, as noites mal dormidas ou sonos de baixa qualidade durante o dia podem resultar em perdas neurocomportamentais, prejuízo no desempenho e problemas no rendimento escolar, decorrente de sonolência excessiva ao longo do dia. “Tudo isso favorece ou mesmo piora a desatenção, alteração de humor com aumento da irritabilidade, o que pode aumentar o prejuízo social e, em alguns casos, até uma ruptura familiar”, ela afirma.

Segundo a doutora, não é incomum pais relatarem conflitos por discordâncias exatamente na hora de colocar o bebê para dormir e com a persistência ao longo dos anos, esses conflitos continuarem, levando à essas rupturas familiares.

Gusmão lembra que o sono é fundamental para o neurodesenvolvimento de qualquer ser humano. Uma noite “bem dormida” está diretamente relacionada ao bom funcionamento das funções executivas do cérebro, como a parte da inteligência, da concentração, da velocidade de processamento de comandos, etc. Nas crianças com TEA isso é ainda mais importante, pois são pessoas que naturalmente já possuem um atraso nesses segmentos.

4- O que é absolutamente essencial que pais de uma criança com TEA devam saber a respeito dos distúrbios de sono?

Para Gusmão, o essencial para os pais é entender que toda criança precisa ter uma rotina bem definida para o sono. No caso daquelas com autismo, a rotina para as terapias, no sono, alimentação… tudo isso é essencial. E essa rotina não pode ser desfeita. Toda a família precisa trabalhar em prol disso, para criar o ambiente mais benéfico possível para a criança. É dever dos pais pensar na qualidade do sono de seus filhos para que eles possam se desenvolver normalmente.

Entretanto, afirma Mappa, de nada adianta a família querer colocar a criança para dormir horas antes do que está acostumada, por exemplo para poder dar conta de alguma atividade extra. Ou que a família querer que a criança durma em um horário em que a casa ainda está muito iluminada ou pouco silenciosa, com vários membros familiares conversando, isso costuma não gerar um ambiente favorável ao sono.

5- E o que os pais não devem fazer em hipótese alguma?

Eu baniria atividades com aparelhos eletrônicos nas horas antes de dormir. Videogames, smartphones, computadores e derivados irradiam uma luz azul que comprovadamente dificulta a produção natural da melatonina e, consequentemente, ajudam essas crianças a desenvolverem alguns desses distúrbios.

Além disso, as crianças precisam ter uma rotina própria para o sono. Geralmente os adultos ficam acordados até mais tarde. Os filhos, entretanto, não podem acompanhá-los. Meia noite, por exemplo, é um horário péssimo para um indivíduo cujo cérebro ainda está em formação ir dormir.

Dormir na cama dos pais também não é o ideal. A qualidade do sono é muito inferior comparado a quando se dorme sozinho na própria cama.

E por último, nunca, NUNCA, se automedicar. A automedicação pode ser muito perigosa, principalmente quando envolve remédios para dormir em crianças.

Sobre a automedicação, Mappa ressalta que não só a medicação jamais deve ser a primeira escolha ou uma escolha isolada, como a parceria com a família é fundamental. “Para termos uma ideia, tanto o FDA (Food and Drug Administration) quanto a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) não possuem nenhuma medicação aprovada para insônia em crianças, mesmo assim, os índices de intervenção medicamentosa chegam a 50 a 75% das crianças com TEA e distúrbios de sono”, completa.

Siga Thiago Gusmão no Facebook e no Instagram: @drthiagogusmao

Visite o site de Fernanda Mappa e siga no Instagram: @fernandamappa.pi

O tratamento do autismo através do método ABA necessita de uma equipe abrangente e multidisciplinar. Dentro dessa abordagem que envolve tantas áreas, a Terapia Ocupacional tem um lugar de destaque no desenvolvimento de habilidades importantes para as crianças com autismo. 
Segundo o Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (Coffito) a Terapia Ocupacional é voltada aos estudos, à prevenção e ao tratamento de indivíduos portadores de alterações cognitivas, afetivas, perceptivas e psico-motoras, decorrentes ou não de distúrbios genéticos, traumáticos e/ou de doenças adquiridas, através da sistematização e utilização da atividade humana como base de desenvolvimento de projetos terapêuticos específicos, na atenção básica, média complexidade e alta complexidade.  
Tendo isso em vista, e para explicar o papel do TO no tratamento do autismo, fizemos CINCO perguntas básicas à Terapeuta Ocupacional da Casulo Comportamento e Saúde Júlia Castro sobre o assunto. Veja abaixo!
1- Em termos gerais, qual a diferença da terapia ocupacional infantil em crianças dentro e fora do espectro do autismo?
Em geral não tem muita diferença. Quando falamos em Terapia Ocupacional infantil, visamos três áreas: AVDs (atividade de vida diária), escola e o ato de brincar. Todas as crianças aprendem sobre o mundo interagindo com ele, o que quero dizer com “interagir com o mundo”, significa que a criança recebe informações através dos sentidos. No caso dos autistas essas informações podem sofrer alterações sensoriais, o que dificulta a criança a desenvolver seu papel ocupacional. Sendo assim, a TO avalia e a utiliza do ato de brincar com o principal recurso, afim de garantir, manter e melhorar as habilidades de pessoas com TEA, podendo assim, chegar à independência.
2- Quais os tipos de habilidades são possíveis de treinar ou desenvolver através das técnicas da terapia ocupacional? 
As habilidades de vida diária, tais como treinamento de toalete, vestir-se , escovar os dentes, pentear o cabelo, alimentar-se, calçar os sapatos entre outras. Trabalhamos também habilidade motoras fina e grossa, além da percepção de competência, consciência corporal, habilidades visuais, habilidades sociais, brincar funcional, interação dos sentidos e diminuição de estereotipias.
3- Quais são os maiores desafios para chegar a esse objetivo? Existem etapas ou habilidades especificamente mais desafiadoras ou importantes?
Quando falamos de crianças com autismo o tratamento sistemático e continuo é de extrema importância. Nem sempre a resposta é imediata e é preciso ter consciência e respeitar a evolução e o tempo de criança. Acho que todas as etapas são importantes e desafiadoras, entre essas posso destacar o desenvolver de relacionamento das crianças com seus pares e adultos e expressão de sentimentos em formas mais adequadas.
4- Como os pais podem ajudar no processo? Há habilidades que os pais podem ajudar a fomentar em suas crianças?
Os pais podem estimular e permitir o contato dessa criança com o mundo (sempre de forma lúdica). Eles, os pais, assumem um papel importante nesse processo, pois é preciso acreditar no potencial da criança, em busca de  maior autonomia e independência. A participação da família e a continuação do tratamento em casa faz toda a diferença no meu trabalho. Busco estar sempre orientando os pais a incentivar o seu filho a se “cuidar sozinho”, participar do preparo de refeições, ajudar nas tarefas de casa, observar interesses da criança e ajudar no planejamento de uma rotina segura e prazerosa.
5- E o que os pais não devem fazer em hipótese alguma, sob o risco de atrapalhar, ainda que sem querer, o processo de aprendizagem das crianças?
Duvidar da capacidade dessa criança. Às vezes isso pode acontecer, inclusive, protegendo-o de tal forma ao ponto de interferir no crescimento e o desenvolvimento da mesma. Também não se deve forçar o aprendizado e fazer comparações com outras crianças. Cada uma é de um jeito e tem seus próprios desafios. O importante é entender que cada criança tem seu tempo e suas limitações, tendo expectativas realistas e sendo mais compreensivos nas etapas do desenvolvimento.

O ano de 2019 foi repleto de eventos e atividades na Casulo Comportamento e Saúde. Mais uma vez, trabalhamos muito para a capacitação de novos profissionais e na disseminação de informações a respeito do autismo e da Análise do Comportamento. Promovemos a integração entre pais de crianças com autismo e diversos setores da sociedade, além da capacitação de profissionais da área. Veja nossa retrospectiva completa abaixo!

Eventos, Congressos e Seminários

É uma missão da Casulo Comportamento e Saúde estar sempre em busca das últimas informações baseadas em evidências científicas relacionadas ao autismo. Por isso, nos esforçamos para estar presente e até mesmo ajudar a organizar alguns desses eventos, como você pode ver no resumo abaixo.

  • Simpósio Norte Capixaba: Autismo – Diagnóstico e Tratamento

No evento, realizado no mês de Abril, o mês da conscientização do autismo, reuniram-se doutoras, psicólogas, psicanalista, terapeuta ocupacional, pedagoga, educadoras e mães para trazer informações e trocas de conhecimento para a comunidade.  As discussões envolveram os últimos avanços em termos de diagnóstico, intervenção e tratamento de crianças e adolescentes que se encontram dentro do espectro e outros problemas relacionados. Além disso, avaliação, escolarização, educação terapêutica, intervenção, tratamento efetivo e desenvolvimento neurológico, foram outros temas debatidos nas palestras e mesas-redondas.

  • I Seminário Nacional PréAut Brasil (Rio de Janeiro-RJ)

A equipe esteve presente se especializado para a identificação precoce de sinais de risco do desenvolvimento infantil, dedicada para o serviço de Avaliação de Bebês da Casulo Comportamento e Saúde, neste seminário que reuniu profissionais do Brasil e da França para a apresentação da abordagem francesa PréAut.

  • II Seminário Sobre Autismo de Aracruz

O Seminário aconteceu no dia 13/04/2019 e, a convite do grupo VIDAzul, contou com a participação da Dra. Mylena Pinto Lima para falar sobre “Intervenção Comportamental Intensiva: da infância à vida adulta”.

  • 6ª Edição do Congresso Internacional Transdisciplinar Sobre o Bebê

Entre os dias 3 e 6 de Julho, em Paris, aconteceu a 6ª Edição do Congresso Internacional Transdisciplinar Sobre o Bebê e contou com a participação da Diretora de Programas, Dra. Meire Andersan Fiorot, responsável pela Avaliação e Intervenção de Bebês, visando aprimorar a qualificação para tal serviço da Casulo Comportamento e Saúde.

  • V Congresso Internacional e XXV Brasileiro da ABENEPI (Vitória-ES)

O Congresso reuniu diversos profissionais brasileiros e de outros países no Centro de Convenções de Vitória, totalizando 4 dias (28 a 31/08) com trocas de informações, aprendizado e conhecimento. Foram abordados temas como Novas Patologias e Velhos Problemas da Infância e Adolescência. A equipe Casulo esteve presente, com a Dra. Mylena Pinto Lima palestrando junto a psicóloga Paula Barcellos Bullerjhann, sobre “Avaliação Funcional de Comportamentos Difíceis no Âmbito da Deficiência Intelectual e Transtornos do Neurodesenvolvimento”.

  • 39ª Conferência Anual da FABA (Florida Association for Behavior, EUA)

A Diretora Clínica da Casulo Comportamento e Saúde esteve presente na Conferência para aprimorar os conhecimentos da conduta ética, supervisão, treinamento, qualificação profissional e novos dados sobre o autismo.

  • III Simpósio de Desenvolvimento e Saúde da Criança e do Adolescente e II Encontro de Internacionalização do PPG UFES

O Simpósio aconteceu na Universidade Federal do Espírito e contou com a participação da Diretora de Programas da Casulo Comportamento e Saúde, a Dra. Meire Andersan Fiorot, na mesa-redonda com o tema “Avaliação do Desenvolvimento de Crianças em Contextos de Risco”. A Diretora Clínica Dra. Mylena Pinto Lima também esteve presente palestrando na Conferência Mindfulness para Crianças sobre Saúde e Desenvolvimento Infantil e da Adolescência.

  • 1º Congresso Nacional da ACBr (USP, São Paulo)

Com muito orgulho participamos desse congresso que representou uma grande conquista para todos nós que trabalhamos pela plena inserção do indivíduo com autismo na sociedade. Clique aqui e veja como foi o evento!

  • Conversa com Francisco Paiva

Durante o 16º Seminario Internacional Lahmiei – Abacate e ABAjur, a diretora clínica da Casulo recebeu o editor da revista Autismo, Francisco Paiva e ele fala um pouco sobre sua ação em prol da disceminação de informações sobre o autismo.

Treinos e Cursos

Outra parte importante do nosso trabalho é levar o conhecimento que adquirimos para outros profissionais que estão em busca da capacitação profissional. Afinal, levamos muito a sério a necessidade de termos sempre colaboradores e parceiros qualificados na abordagem da Análise do Comportamento trabalhando conosco. Da mesma forma, entendemos que essas informações devem ser espalhadas por toda a sociedade, começando pelos pais das crianças com autismo.  Nosso trabalho é e sempre será em conjunto com as famílias, para que possamos desenvolver o potencial de cada criança.

  • Treino de Pais (Turmas 05 e 06)

O treino de pais é sempre uma oportunidade de conectar pais e cuidadores com as melhores práticas de ensino parental, possibilitando assim um aprendizado dos princípios básicos da Análise do Comportamento Aplicada. Além disso, garante um ótimo aproveitamento para os participantes, com turmas presenciais, que também funcionam como grupo terapêutico. Os pais também podem pôr em prática as estratégias sob supervisão da BCBA-D Dra. Mylena Pinto Lima.

Mais uma vez, ficamos muito felizes com a participação de todos os pais que participaram do treinamento. Vocês são peças fundamentais para o desenvolvimento de seus filhos. Parabéns!

  • Cursos de Formação Básica em ABA

A Análise do Comportamento Aplicada é uma ciência que precisa de profissionais capacitados para continuar levando tratamento de qualidade, efetivo, eficaz e baseado em evidência para todos. Para isso, o Curso de Formação Básica contou com o compartilhamento de informações, conhecimento e experiência da Dra. Mylena Pinto Lima para aprimorar a qualificação dos profissionais.

  • Treino de Ensino por Tentativas Discretas com a Dra. Thais Sales

Ministrado pela Dra. Thais Sales, o Treino por Tentativas Discretas aconteceu para complementar a qualificação e preparo da equipe Casulo para a aplicação da terapia ABA.

  • Disciplina isolada da pós-graduação do curso de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais

Para novos conhecimentos acerca da intervenção precoce e da avaliação de riscos do desenvolvimento infantil para o serviço de Avaliação de Bebês, a equipe Casulo participou da disciplina isolada “Saúde da Criança e do Adolescente na Contemporaneidade: novas configurações familiares, novas formas de comunicação” na UFMG.

  • Treino de Equipe Escolar

O treino voltado para a equipe escolar é uma oportunidade de envolver a família, a escola e a comunidade para juntos implementarem tratamento efetivo e de qualidade para crianças e adolescentes com Transtorno do Espectro Autista.

Também em 2019, oferecemos os cursos de Avaliação com o Protocolo VB-MAPP, Experiência Supervisionada em ABA e Intervenção Precoce com Bebês, este últomo em Salvador (BA).

E ainda fizemos uma aula Inaugural com o tema “Intervenção comportamental intensiva e precoce para o tratamento do TEA: Como avaliar a sua efetividade?” na Pós-graduação do Instituto LAHMIEI – Autismo da Universidade Federal de São Paulo (UFSCar). Curso Estratégias ABA de Ensino para Crianças com Autismo (Psicoteste)

Organização política e mobilizações sociais

Nós da Casulo Comportamento e Saúde temos um sonho: o de ver todas as crianças com autismo plenamente inseridas dentro da sociedade, com a possibilidade de desenvolverem suas habilidades e seu potencial, de forma segura e completa.

Por isso, é muito importante que tenhamos sempre eventos de conscientização a respeito do tema ou que tenhamos mobilizações orgânicas ao redor da nossa causa, envolvendo pais, professores, profissionais, políticos ao redor da nossa causa. Acreditamos que assim, podemos, de fato, fazer a diferença.

  • Audiência Pública “Desafios do Autismo: Conhecer para Entender e Entender para Incluir” na Câmara Municipal dos Vereadores de Linhares

No dia 25/04/2019 aconteceu a audiência pública na Câmara Municipal de Linhares com a participação da Dra. Mylena Pinto Lima e outras profissionais, as quais abordaram temas como diagnóstico precoce, tratamento efetivo, escola, comunidade e família. Também foram discutidos assuntos de saúde pública, direitos e leis de pessoas com autismo. O tema palestrado pela diretora clínica da Casulo Comportamento e Saúde foi “Direito ao Acesso ao Tratamento Efetivo: Intervenção Comportamental Intensiva e Precoce para Crianças e Intervenção Comportamental Intensiva para Pessoas com Transtorno do Espectro do Autismo e Problemas Relacionados”.

  • Caminhada da Associação dos Amigos dos Autistas – AMAES

A equipe Casulo esteve presente na caminhada da AMAES , voltada para a conscientização do Autismo, que aconteceu na Orla de Camburi, em Vitória. O evento já se tornou tradição na cidade, reunindo famílias, profissionais e a comunidade para celebrar o Dia Mundial de Conscientização do Autismo.

  • Primeiro Encontro do Unidas pelo Tetê

É tão gratificante perceber a mobilização orgânica das pessoas em relação ao autismo. Ficamos muito orgulhosos de termos sediado o primeiro encontro do Unidas pelo Tetê, um grupo de mães que construíram uma rede de apoio entre si. Organizadas, elas estabelecem várias ações de ajuda mútua. A proposta é acompanhar o desenvolvimento dos bebês, realizadno encontros mensais com cada mãe e sua criança. 

  • Primeira Edição da Sessão Azul Casulo

O evento Sessão azul, promovido para trabalhar a inclusão a outros ambientes, foi abraçado pelas famílias e as crianças, muitas pela primeira vez, puderam assistir a uma sessão de cinema. O filme “O bom dinossauro” foi exibido com direito a pipoca, suco e refrigerante. A sala foi pensada especialmente para o conforto das famílias e adaptada para as crianças: luzes acesas, som mais baixo e equipe da Casulo dando o suporte necessário.

  • 1ª Edição da Jornada Capixaba de Autismo Adulto em Vitória-ES

Aconteceu na cidade de Vitória, a conferência que reuniu profissionais e comunidade, incluindo a participação da Dra. Mylena Pinto Lima, a convite da Abenepi ES, que levou como tema a utilização do protocolo AFLS para estabelecer metas terapêuticas para jovens e adultos.

  • Instituto Abacare (Ribeirão Preto-SP)

A Dra. Mylena Pinto Lima esteve presente no Instituto Abacare, compartilhando experiências sobre tratamento efetivo para a terapia ABA, com a Dra. Giovana Escobal e a Dra. Dafne Pavanelli.

  • Formatura da Pós-graduação em Análise do Comportamento Aplicada ao Autismo – Atrasos do Desenvolvimento Intelectual e de Linguagem da Universidade Federal de São Carlos

A Dra. Mylena Pinto Lima participou da formatura da turma de pós-graduação em Análise do Comportamento Aplicada ao Autismo da UFSCAR e levou o tema “Intervenção Comportamental Intensiva e Precoce: como avaliar a sua efetividade?”.

Integração com os pais

Como já falamos, a participação dos pais é essencial no desenvolvimento do potencial de cada criança. Por isso, sempre que possível, tentamos criar momentos para integrar os pais e alunos em atividades voltadas para as crianças com TEA.

  • Quadrilha Casulo

A quadrilha da Casulo foi um evento que promoveu um contexto diferenciado para as crianças, trazendo diversão e mais interação. As atividades envolveram a utilização de roupas características da época, dança e lanche compartilhado.

  • Semana da Criança na Casulo

A semana da criança foi preparada para trazer aprendizado de forma lúdica, assim como propor inclusão em outros contextos e interação entre as crianças. A comemoração envolveu contos de história, lanche compartilhado, apresentação especial de circo, entre outras atividades.

Casulo na mídia

O trabalho da Casulo Comportamento e Saúde chamou a atenção da mídia, especialmente da TV SIM, de Linhares e tivemos algumas oportunidades de falar ao grande público um pouco mais sobre nosso trabalho em alguns de seus programas. 

A nutrição exerce um papel crucial no desenvolvimento e no bem-estar da criança com autismo. Por isto mesmo, é importante entender o debate sobre a influência da alimentação em crianças com TEA. Por exemplo, muito estudos tem sido realizados para investigar a  relação entre alergias alimentares e o Transtorno do Espectro do Autismo.

Para ajudar a responder esta e algumas outras das dúvidas a respeito do assunto, conversamos com a nutricionista Sthienifer Bergami. O resultado, você lê abaixo!

Seletividade dos alimentos

Sthienifer Bergami esclarece que a seletividade alimentar realmente está presente em grande parte dos indivíduos com autismo e as razões para isto devem-se a causas orgânicas, à história de vida da criança ou ambos. Mas o que é seletividade alimentar? É um quadro de restrição alimentar onde a criança recusa-se e a ingerir uma variedade de alimentos. Muito comum em crianças até três anos de idade, a seletividade alimentar pode se extender para além da primeira infância em pessoas com TEA.

Para lidar com quadros de seletividade alimentar os especialistas recomendam melhorar a qualidade da alimentação, excluindo alergênicos e industrializados. Assim, pode ser eliminada a ingestão de alimentos que costumam conter caseína, glúten, lactose, glutamato ou outras substancias para as quais a criança pode apresentar alguma reação adversa. Se a causa da recusa alimentar for de base orgânica, é possível reduzir a seletividade alimentar melhorando o bem estar geral da criança.

É preciso entender também que os indivíduos com TEA podem apresentar dificuldades sensoriais que dificultam o processo de alimentação. Crianças podem recusar alimentos por que não toleram certos sabores ou texturas. Se for este o caso, é importante ajudar a criança a tolerar novos alimentos por meio da apresentação gradual e em pequenos passos, deste modo, pode-se modificar hábitos por meio da dessensibilização sistemática, criando um contexto mais apropriado para a alimentação, diminuindo a rigidez de comportamento e tornando o alimento familiar à pessoa. Assim, é possível melhorar a aceitação dos alimentos.

É muito importante lembrar que para que obtenha os melhores resultados, o indivíduo com autismo precisa estar organizado do ponto de vista orgânico e comportamental antes de receber o tratamento da seletividade alimentar.

(Nota da casulo: o debate sobre a escolha dos pais sobre a dieta para a criança com autismo requer primordialmente estar bem informado sobre os estudos baseados em evidência. Segundo o pediatra Daniel Coury, chefe do departamento de desenvolvimento comportamental pediátrico do Nationwide Chidren’s Hispital, de Columbus (Ohio), não há evidências suficientes para apontar que dietas Glútem Free ajudam a melhorar comportamentos de todas as pessoas com autismo.), portanto, a escolha dos pais dever ser feita com base no bem estar geral da sua criança.

Peculiaridades na abordagem com crianças com autismo

Existem algumas diferenças nas abordagens de tratamento oferecidas crianças com autismo e para crianças neurotípicas, pois é preciso levar em consideração as alterações comportamentais das crianças dentro do espectro e as suas necessidades nutricionais específicas. Uma das características marcantes do TEA  é a rigidez de comportamento, para reduzir inflexibilidade no momento da alimentação é preciso aplicar uma metodologia de trabalho específica para esse público e isto requer o acompanhamento de uma equipe especializada.

Correlação entre intolerâncias alimentares e autismo

Muito se tem estudado sobre a relação intestino-cérebro e a importância da nutrição na vida das crianças com TEA. Uma das áreas de pesquisa mais importantes investiga o papel da microbiota intestinal de pessoas com autismo que apresentem inflamações, conhecida como disbiose intestinal (estado alterado da ecologia microbiana na cavidade oral ou trato gastrointestinal), assim como muitas alergias alimentares. Pesquisadores tentam entender os efeitos da permeabilidade intestinal para melhor ajudar este indivíduos. Diante disso, se justifica a escolha de alimentação livre de alergênicos e industrializados para uma vida mais saudável. É Importante deixar claro que alimento algum causa o autismo. Mas a forma com que determinados alimentos são metabolizados pelo organismo de um indivíduo com autismo pode levar à irritações e desconfortos. Estados internos de desconforto e dor podem desencadear comportamentos desafiadores, principalmente se houver algum tipo de intolerância alimentar concomitante ao autismo.

Alimentos contraindicados

Hoje os alimentos tipicamente excluídos da dieta infantil são o glúten, a caseína, os industrializados e a soja, além dos transgênicos e outras substâncias que precisam ser removidas dependendo da necessidade de cada criança.

A exclusão desse alimentos e as suplementações necessárias, podem de fato melhorar a qualidade de vida e diminuir sintomas presentes na seletividade alimentar, hiperatividade, alguns tipos de estereotipias, heteroagressão e autoagressão, que muitas vezes são formas que uma pessoa com autismo tem de expressar desconforto físico ou evitar situações aversivas no momento da alimentação.

O que os pais devem fazer?

O mais importante é estar bem informado sobre as vantagens e desvantagens de dietas alimentares e, sobretudo, procurar ajuda profissional especializada para seus filhos. Finalmente, pais devem oferecer comida de verdade, sem esquecer de uma boa dose de persistência.

E o que os pais não devem fazer de forma alguma?

Ignorar a alimentação e a seletividade alimentar, achando que é normal é que vai passar com o tempo.

Siga Sthienifer Bergami nas redes sociais: @sthieniferbergaminutri

 

As festas de final de ano podem causar preocupações às famílias que possuem uma criança com autismo. Afinal, esse é um período repleto de jantares ou festas em família, normalmente com muita gente, barulho e cuja rotina é sensivelmente modificada para o indivíduo com TEA. A situação pode ser ainda mais complexa ao participar de eventos na comunidade e nas festas de Ano Novo, quando os fogos de artifício fazem podem ser especialmente incômodo às crianças com TEA.

Mas calma, com um bom planejamento e tomando algumas providências dentro da abordagem da Análise do Comportamento, você pode fazer um bom planejamento e organizar ótimas festas de final de ano também para a sua criança com autismo. Confira abaixo!

Tenha um plano

Uma coisa muito comum dentro da análise de comportamento é o arranjo antecedente à atividade. Nele, é feito um plano para que a atividade no qual a criança vai participar. Por exemplo, você pode organizar previamente o ambiente em que a criança estará. Se a criança é sensível ao barulho, é interessante evitar músicas altas e ter um ambiente mais silencioso livre de ruídos que possa ser usado para quando ela precise de um tempo longe da agitação.

Faça um contrato comportamental

Tente explicar para onde vocês estão indo e quais as suas expectativas do comportamento social para com a criança. Explique “hoje nós iremos à casa da vovó e participaremos dessa forma”, para que ela tenha clareza do que é esperado dela. Aliado a isso, use reforçadores positivos com a criança. Pode ser um brinquedo preferido, uma atividade que a criança goste… Também é interessante que você permita que a criança decida qual o reforçador positivo que será utilizado.

Mais reforços positivos

Elogie sempre que você perceber que a criança esteja seguindo as regras de modo cooperativo. Isso a ajudará a manter-se engajada às regras estabelecidas. Por isso, fique sempre de olho em seus comportamentos e não perca a chance de reforçar uma ação considerada positiva.

Atenção com a comunicação

Dê liberdade para seu filho ou filha poder se comunicar e preste bem atenção no que ele ou ela esteja tentando lhe informar. Nem todas as crianças com autismo conseguem se comunicar com palavras ou consegue informar com precisão como ela está se sentindo naquele ambiente. Por isso fique atento à linguagem que ela conseguir fazer: seja uma palavra, um gesto ou mostrando uma figurinha. Ela pode estar tentando dizer que o está muito alto, ou que gostaria de sair ou que já ficou o tempo suficiente.

Cumpra com o que foi combinado

Lembra quando falamos do contrato de comportamental? Pois ele vale para você também. Lembre-se de cumprir imediatamente a sua parte daquilo que foi combinado previamente. Seja com os reforços positivos ou com o horário de ir embora.

Bônus: E se a criança ficar muito agitada durante a festa?

Lembre-se que crianças com autismo são muitas vezes sensíveis ao barulho e à mudança de rotinas. Mas não entre em pânico. Caso isso aconteça, direcione-a a um lugar calmo e seguro, afim de que ela possa se acalmar. Aguarde até que ela se acalme e, quando isso acontecer, engaje-a em uma atividade ou tarefa alternativa até ela demonstrar cooperação. Disponibilize reforçadores sociais à vontade e faça muitos elogios para os comportamentos de cooperação. Considere encerrada a atividade no momento em que ela estiver calma.

 

No Brasil, encontrar uma escola com estrutura e que aceite uma criança com autismo já é suficientemente complicado para pais e para o próprio aluno. Encontrar espaços acolhedores e preparados para receber essas crianças, então, é ainda mais desafiador.

Mas você, enquanto educador, pode ajudar a criar um ambiente mais seguro e saudável para um aluno com TEA.

Veja abaixo algumas dicas do site Autism Speaks para prevenir alguns desses comportamentos desafiadores dentro do ambiente escolar.

1- Reconheça o comportamento como comunicação. Tente entender a intenção comunicativa do comportamento e ensine ao aluno maneiras apropriadas de se comunicar, e dê-lhes reforço positivo quando tiverem sucesso.

2- Estabeleça um plano de comportamento em sala de aula para todos os alunos promoverem os comportamentos esperados.

3- Forneça feedback específico sobre o comportamento e elogios e reforços amplos.

4- Desenvolva um plano individualizado de apoio ao comportamento positivo para cada aluno com autismo.

5- Comunique expectativas, use horários diários e de curto prazo, avise sobre mudanças nas rotinas ou no pessoal, prepare o aluno para eventos inesperados, como exercícios de incêndio, excursões ou dias de campo, substitutos, etc.

6- Ofereça opções e forneça ao aluno algum controle. Por exemplo: “Em qual dessas tarefas devemos trabalhar primeiro? Matemática ou leitura?”. Ou “Você deseja resolver 10 problemas de matemática ou 15 problemas de matemática?”. Mesmo se o aluno não tiver uma escolha verdadeira, pode sentir que tem alguma contribuição e não é direcionado ao longo de todas as etapas do dia. 

7- Utilize os intervalos como forma de retornar a um estado calmo ou como recompensa pelo “bom trabalho”, mas esteja atento a como e quando os intervalos são dados. Proporcionar uma pausa no meio de uma explosão durante uma atividade menos preferida pode ajudar a criar esse comportamento negativo, uma vez que se torna uma estratégia para o aluno. Por exemplo: “Se eu gritar, evito fazer um dever de matemática”. Ensine o aluno a solicitar uma pausa antes que ele aja em crise, usando uma sugestão visual apropriada, seja levantando a mão e pedindo ou usando um assistente visual.

8- Ensine contingências e estratégias de espera.  Um cartão de sinalização “ESPERE” que pode ser implementado em uma variedade de configurações

9- Pratique flexibilidade e automonitoramento – inicie isso quando o aluno estiver calmo e ajude a fornecer uma estrutura para o que realmente é calmo e pronto para participar.

10- Avalie comportamentos que precisam ser alterados, considerando os fatores existentes antes do comportamento ocorrer, os detalhes do próprio comportamento e os eventos que se seguiram. Converse com seus colegas professores para obter sua perspectiva e desenvolva uma compreensão da função do comportamento (a que finalidade isso serviu?) para que um comportamento ou estratégia de substituição possa ser desenvolvido. Conte com o apoio de especialistas em comportamento na análise de comportamentos que precisam ser abordados.

(Texto adaptado do site Autism Speaks. Clique aqui e confira o material completo)

A Terapia ABA é a única intervenção ao autismo cuja eficiência é devidamente comprovada do ponto de vista científico. Mais que isso, o uso de tratamentos alternativos podem significar um risco à saúde ou prejuízo irreparável ao desenvolvimento do indivíduo com autismo.

Entretanto, são raros os profissionais que possuem a capacitação adequada para supervisionar, ou mesmo aplicar, as técnicas propostas pela Análise do Comportamento Aplicado no Brasil, afinal são muitas as qualificações necessárias para por em prática um programa eficaz.

Por isso, encontrar o profissional adequado pode significar uma árdua saga para muitos pais de crianças com autismo.

Diante desse cenário, muitos pais se perguntam: o que se pode fazer enquanto continuam na procura do tratamento adequado?

Essa pergunta, inclusive, foi tema da palestra feita pela Diretora Clínica da Casulo Comportamento e Saúde, drª Mylena Lima, no I Congresso Nacional da ACBr.

Além de falar sobre a atuação ética e responsável de profissionais da Análise do Comportamento Aplicada, foi possível falar diretamente às famílias de pessoas com autismo sobre o que é preciso fazer quando se ainda está em busca desse profissional qualificado, infelizmente raro no Brasil, uma vez que a demanda por serviços é bem maior que a oferta de programas de qualificação profissional apropriada.

Durante a palestra, a doutora fez questão de ressaltar os seguintes pontos.

O primeiro é identificar os profissionais adequados. Isto pode ser feito consultando associações como a ACBr, ABPMC, os Conselhos Regionais de Psicologia e checando a plataforma lattes do CNPq. Tudo isto para confirmar se o profissional concluiu a formação acadêmica mínima requerida e tem registro ativo no conselho profissional da região em que quer atuar.

A segunda é não cair na tentação de buscar estratégias e ofertas de cura ou tratamentos alternativos ou que não tem comprovação científica e cuidado com os programas ecléticos, que misturam diferentes tipos de abordagem com carga horária reduzida e sem nenhuma integração entre as metas terapêuticas.

“Do ponto de vista científico, esses tratamentos alternativos são comprovadamente muito menos efetivos que um programa de análise do comportamento aplicada, além de representar riscos sérios à saúde e ao desenvolvimento do indivíduo com autismo”.

Outro ponto muito importante é adquir informações em fontes fidedignas para que possam tomar decisões importantes.

Além disso, os paisdevem buscar a própria capacitação visando melhorar as suas habilidades de educação parental primando por utilização de estratégias baseadas em evidências, como por exemplo o uso do reforçamento positivo para o ensino de habilidades para crianças, habilidades do dia-dia também para a redução dos problemas de comportamento, compreendendo porque os comportamentos ocorrem e como manejar esses comportamentos.

A Casulo Comportamento e saúde é comprometida com a excelência na Análise do Comportamento Aplicada e que possui a capacitação necessária para a aplicação das técnicas da Terapia ABA. Precisa de orientação? Entre em contato conosco!

O primeiro Congresso Nacional da Associação da Análise do Comportamento do Brasil, realizado na USP, nos últimos dias 15 e 17 de novembro, foi mais que uma reunião entre os principais profissionais da Análise do Comportamento Aplicada do Brasil. Foi também um momento de importante discussão sobre o  esenvolvimento da área no país, cuja demanda por profissionais capacitados cresce todos os anos.

Tendo como tema principal o autismo, o evento foi considerado muito oportuno para a comunidade acadêmica, profissionais da análise do comportamento e pais de indivíduos dentro do Espectro do Autismo, especialmente em um momento no qual cresce a oferta de serviços na área de pessoas que não têm a competência e a capacitação profissional apropriada.

A Diretora Clínica da Casulo Comportamento e Saúde, drª Mylena Lima, foi uma das palestrantes do evento e ressaltou a importância do encontro para discutir os riscos à população que a oferta de tratamentos não apropriados para essa população, principalmente levando em consideração o aumento da prevalência do autismo na população brasileira.

“Discutir a implementação de programas de Análise do Comportamento Aplicado ao autismo e a possibilidade de formação profissional no Brasil é fundamental para dar qualidade e segurança para famílias e para as próprias pessoas dentro do espectro”, afirma Mylena.

Lembrando que a Terapia ABA é a única que possui uma efetividades comprovada através de estudos feitos com a metanálise — análise estatística de diferentes estudos feitos separadamente para comprovação da efetividade de programas abrangentes e focais na análise de comportamento — de estudos clínicos.

A importância desses estudos é o que caracteriza que componentes fundamentais para a implementação de um programa ABA e tais componentes só podem ser colocadas em vigor se as pessoas que estão realizando e desenvolvendo esse programa possuem um domínio completo da análise do comportamento.

Por isso, parte essencial do encontro foram as discussões sobre as características dos programas de análises do comportamento aplicados ao autismo e também a relevância dos profissionais responsáveis pela implementação desse programa tenha uma vasta e comprovada capacitação dentro da área.

“O uso de uma técnica errada pode resultar em prejuízos sérios e, por vezes, irreversíveis para o desenvolvimento do indivíduo com TEA”, conclui Mylena.

Autismo: O que fazer enquanto encontrado o tratamento correto?

O Transtorno do Especrto do Autismo (TEA) não tem uma lista de sintomas fechados. Ele  pode se manifestar de diversas formas. No entanto, o TEA é marcado pela dificuldade de comunicação e socialização, tendo três características principais: o prejuízo nas habilidades de comunicação, a presença de comportamento repetitivos e estereotipados e a dificuldade de socialização.

Os sintomas do autismo aparecem entre os 2 e 3 anos de idade. No entanto, sinais precoces já podem ser percebidos aos 18 meses. O Manual de Diagnóstico e Estatística dos Transtornos Mentais (DSM-5) lista 16 sinais para identificação do autismo, no entanto, a criança ou adolescente precisa apresentar seis destes critérios para a confirmação do diagnóstico.

Quanto antes autismo for percebido, maior será o sucesso dos tratamentos. Em geral, os pais e familiares são os primeiros a identificar alterações no desenvolvimento das crianças. Entretanto, é fundamental procurar um profissional qualificado que possa fazer um diagnóstico preciso. Entre os principais sintomas do autismo, estão:

  • Dificuldade de manter contato visual;
  • Ausência de interação com mãe durante a amamentação;
  • Andar na ponta dos pés;
  • Ser extremamente sensível a estímulos táteis, auditivos ou visuais;
  • Dificuldades ou atraso no desenvolvimento da fala;
  • Dificuldade para interagir socialmente: se isolar e não interagir com outras crianças, mesmo em ambientes com outras pessoas;
  • Não atender quando chamados pelo nome, não olhar quando apontamos para algum objeto ou compartilhar interesse e atenção;
  • Separar e alinhar objetos por cor, tamanho ou categoria;
  • Manter comportamentos repetitivos e estereotipados sem finalidade aparente, com bater palmas, estalar os dedos, balançar o corpo ou as mãos;
  • Repetir frases ou palavras em momentos inadequados, sintoma chamado de ecolalia;
  • Girar objetos ou olhar por longos períodos para objetos que giram, como ventiladores ou máquinas de lavar roupa;
  • Ter dificuldade de pensar de forma abstrata, não brincar de faz-de-conta ou fantasia;
  • Não acompanhar os acontecimentos a sua volta, por exemplo, não olhar quando um objeto cai no chão ou se assustar quando alguém grita;
  • Não brincar com os brinquedos de forma convencional, como jogar uma boneca como se fosse uma bola ou se focar em apenas uma parte do brinquedo, como as rodinhas de um caminhão;

Nenhuma criança com autismo é igual à outra e nem todos os sintomas descritos acima precisam se manifestar para o autismo seja diagnosticado.

De toda forma, caso um ou mais dos sintomas sejam identificados, os pais ou responsáveis devem procurar um médico ou psicólogo para avaliação. A Casulo Comportamento e Saúde conta com uma equipe qualificada que faz uso de protocolos validados cientificamente para realizar a avaliação precoce e diagnostico do autismo.

Além disso, é importante lembrar que melhor será o resultado de tratamento, caso a criança tenha acesso a tratamento cientificamente validado. Tratamentos sem evidência ciêntífica tem pouco ou nenhum resultado e podem agravar os problemas relacionados ao autismo.